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Contrastes e conflitos da Igreja na Pós-Modernidade

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Qual origem das grandes fortunas de religiosos no país? Alguns diriam que isto se deve ao patrimônio adquirido ao longo de anos a fio de trabalho eclesiástico, mas, o que sustenta este poder, esta forma de enriquecimento, não é a vida abnegada de qualquer líder de uma congregação ou denominação existentes, mas, a força da membresia, que de maneira dedicada, muitas vezes, sofrida, investe o que tem para a causa que abraça e crer.

Quando vejo líderes encastelados em mansões e carros de última geração, jatinhos e fazendas sei que aí não está um bom exemplo e que, portanto, contrasta fortemente contra o Reino de Deus e Seu Evangelho.

Não quero com isso dizer que um pastor ou líder não possa ter uma casa, um veículo e vestir-se bem, etc. Porém, os exageros ostentados dia a dia quando a maioria vive na linha da pobreza ou da normalidade é no mínimo uma contradição do espírito do Evangelho e por que não dizer uma afronta as pessoas e ao próprio Deus. 

Se alguém possui riquezas que não sejam frutos adquiridos de ofertas e dízimos, dinheiro sofrido do povo, mas de outras fontes, então é justificável. Assim, em vez de uma BMW ou Pajero, seja um popular, viagens através de voos comuns a todas as pessoas. Uma casa confortável em vez de fazendas e iates luxuosos, além, é claro, de viagens custeadas com seu “modesto” (ultimamente não há muitos que tem salário modesto) salário congregacional e não do dinheiro extra dos congregados. 

Falando em salário, este na maioria das vezes também tem sido um absurdo e extremamente elevado. 

Há muitos missionários vivendo de migalhas enquanto seus líderes se esbaldam em fartura de comida, frequentando diariamente restaurantes luxuosos. É uma vergonha!

Neste contexto, se destaca o movimento denominado “Igreja Emergente”, que lança mão de artifícios que se distanciam de modo muito sutil do cristianismo ortodoxo, presente na pós-modernidade .

A pós-modernidade surge, portanto, com a perda da confiança em projetos de transformação das sociedades, onde o futuro é sacrificado por um presente livre de compromissos, despreocupado e relativista (tudo depende e tudo vale)

Ela se caracteriza por uma rejeição às ideias de grandes proporções, a aversão a comprometer-se com um sentido único da vida, pela subordinação do comum ao individual, proclama o predomínio do sentimento sobre a razão.

Filha da Pós-modernidade, sem a preocupação de esconder a origem, a Teologia da Prosperidade avançou rapidamente com suas afirmativas de que: pobreza é pecado, de que o pobre está debaixo de maldição, assim como aquele que se acha enfermo; Deus nos quer fazer a todos ricos nessa Terra; o homem possui o direito de gozar uma vida terrena de pleno sucesso e o fato de ser cristão lhe outorga o direito de requerer tais coisas a Deus, sob o risco (para quem?) de que sua fé Nele seja posta em dúvida. 

Pós-modernidade, eis um termo que significa muito, que possui muitas definições e literatura numa amplitude cada vez mais surpreendente. 

Muitos filósofos, sociólogos e estudiosos da área utilizam o termo pós-moderno, outros preferem o uso do termo hipermoderno.

Justamente por estarmos vivendo neste tempo, tão carente de absolutos, não é de se estranhar a dificuldade de utilização do mesmo termo bem como o estado de desespero que muitas vezes toma conta das pessoas pela simples menção da expressão “pós-moderno”.

A sede de criar modos de comunicar o Cristianismo neste horizonte, alguns estão optando por metodologias que estão muito contextualizadas ao gosto pós-moderno. 

Fica patente o fato de que, por trás deste evangelho da prosperidade há um jesus cristo falso, um gênio, que ao esfregar da lâmpada, está pronto para atender aos desejos de carros, casas, negócios e empresas.

O pluralismo, o relativismo e o antropocentrismo são as cunhas do pós-modernismo para rachar a comunhão da Igreja com o Cristo. Estas três armas trabalham como a ação de um veneno, lenta e gradualmente, causando a inversão de valores morais.

Pio Barbosa

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Pio Barbosa Neto

Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará

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