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Os serviços de educação privada no PIB

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A educação, nas análises do seu impacto macroeconômico, é sempre considerada pela dimensão qualitativa, com grande influência sobre a produtividade e a inovação.

Não há país que se desenvolva, sem grandes investimentos em educação, na formação ou qualificação do seu povo. 

Mas, do ponto de vista econômico, há uma outra importante dimensão, negligenciada pelos analistas e pela sociedade, mas que ganha relevância numa conjuntura da crise e da economia em recessão: a quantitativa. 

Nas circunstâncias atuais o grande desafio do país é encontrar mecanismos para redinamizar o funcionamento da economia. Dentro dessa perspectiva, cabe buscar medidas que favoreçam o crescimento das atividades que tem maior peso na formação do PIB. 

Logo se pensa em política industrial, em incentivar a indústria automobilística. Mas dentro dessa perspectiva de participação setorial no PIB, verifica-se, pelos dados oficiais, contabilizados pelo IBGE, que o setor de fabricação de automóveis, caminhões etc contribuiram, em 2011, com 1,15% na formação do PIB e eram responsáveis por apenas 0,20% do total de ocupações, com 198.760 trabalhadores. 

Nesse mesmo ano, os serviços educacionais contribuíram com 4,83 % na formação do PIB e ocupavam 6% do total dos trabalhadores, com ocupação de 6 milhões de pessoas. 

Só a educação privada, contribuía com 1,14% no PIB, parcela muito próxima do setor de montagem de veículos, mas com um volume muito maior de empregos: 2,12 %. Na perspectiva dos macroeconomistas, com produtividade muito inferior. 

Por ser uma atividade prioritária para as pessoas, apesar da crise, teriam uma grande demanda potencial. A qual estaria reprimida por restrições financeiras. 

Uma ampliação do crédito, através do FIES, aumentaria a demanda e, consequentemente, a produção. 

Como grande parte dos recursos recebidos pelas escolas seria destinada ao pagamento dos professores e funcionários, esses recebimentos se transformariam em consumo das famílias, promovendo um círculo virtuoso de dinamização da economia.

Se os professores e funcionários das escolas tiverem maior segurança com relação à estabilidade dos seus empregos, tenderão a gastar mais. Ao contrário a insegurança com relação à continuidade das relações de emprego os fariam a economizar mais, conter as suas compras com efeito negativo sobre a dinâmica da economia. 

Alguns problemas precisam ser considerados para que o processo seja eficaz, em termos de PIB. 

1. Fontes de recursos para a ampliação do financiamento educacional;

2. Taxa de juros e eventuais subsídios para tornar o financiamento acessível aos estudantes;

3. Conter o eventual aumento das mensalidades pelas escolas.

4. Evitar que o crescimento de consumo dos professores e funcionários alimente a inflação, pelo favorecimento dos reajustes de preços pelos fornecedores.

Jorge Hori

                                                      https://www.facebook.com/jornaldacidadeonline

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Jorge Hori

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