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A Carta de Lula: nem tudo o que está escrito revela o que se pensa verdadeiramente

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O conteúdo dos escritos honestos tem sempre um objetivo: um romance, uma novela, uma obra técnica, uma tese etc.; são, enfim, trabalhos que expressam uma ideia, um pensamento, um conhecimento, o resultado de uma combinação de reflexões exercidas pelo autor. Até mesmo uma carta trocada pode ser tida como a construção preordenada de sentimentos e expressões trocadas entre emissor e recebedor da missiva.

Mas é importante observar que a palavra é também a arma de que o homem culto dispõe para atacar e defender-se. A dialética erística, ou seja, a lógica combinada com a técnica de argumentação, se manuseada com capacidade e maestria pode desmontar ou transformar uma verdade, a depender da incapacidade do interlocutor de construir pelo mesmo método uma eficiente contra-argumentação.

Franco Volpi[1] adverte que “a arte de ter razão é um pequeno tratado que Schopenhauer levou a uma redação quase definitiva, sem, no entanto, publicá-lo”.

Entretanto, destaco:

Segundo o filósofo a dialética erística é a arte de disputar; mais precisamente a arte de disputar de maneira tal que se fique com a razão, portanto, per faz et nefas [com meios lícitos e ilícitos].[2]

Digo eu.

Por esta e outras tantas razões que não só eu como todos os leitores que tiveram acesso as degravações das conversas antirrepublicanas desse autocrata, ainda que na esfera privada, posso, sem esforço, tomar conhecimento do verdadeiro pensamento e estilo de comunicação do ex-presidente Lula e de sua nefasta atuação nas sombras que o poder político lhe outorgou sem autorização do povo brasileiro.

Há alguém que não seja um celerado sectário desse líder de barro que lhe acredite as palavras que construíram ‘sua carta aberta’? Creio que não.

É óbvio que o texto foi construído com algum brilhantismo, mas, nem de longe, retrata o pensamento e o comportamento do signatário, desnudado nas revelações das conversas trazidas a lume. E assim sendo, é imprestável.

O estrago está feito. E só aqueles sem brio, sem algum mérito, sem valores mínimos de homem civilizado se deixarão levar pelo apelo, assertivas e escusas incutidas no corpo do texto, porque são meras, mas, nem sequer por isso, desimportantes mentiras.

Arrisco, sem medo do erro, que Lula deve ter relutado muito para assinar a carta elaborada por seus auxiliares. Já está mais do que claro de que Lula não tem o perfil da humildade e muito menos a virtude do respeito para com pessoas e coisas públicas. Seu ego é maior do que a sua consciência. Foi demonstrado.

Quem entrega o mal ao alheio não pode suscitar o bem para o próprio espírito.

Para ler a Carta de Lula clique aqui.

JM Almeida

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[1] Eristik, In Arthur Schopenhauers Handschriftlicher NachlaB. ISBN 978-85-7827-110-7 : Ed. WMF Martins Fontes Ltda. : Organizado por Volpi, Franco : A ARTE DE TER RAZÃO, exposta em 38 estratagemas

[2] idem

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JM Almeida

João Maurino de Almeida Filho. Bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Jurídicas. 

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