Resultado de julgamento de bombeiros da Boate Kiss desagrada geral
Defesa e acusação prometem recorrer da sentença
03/06/2015 às 22:02 Ler na área do assinanteA Justiça Militar condenou nesta quarta-feira (3), dois bombeiros e inocentou seis no julgamento sobre o incêndio da boate Kiss, em janeiro de 2013. O tenente-coronel da reserva Moisés Fuchs e o capitão Alex da Rocha Camilo foram sentenciados a um ano de prisão por inserção de declaração falsa. Um terceiro oficial, dois sargentos e três soldados foram inocentados. As defesas dos condenados prometem recorrer. O MP também vai recorrer, descontente com a pena aplicada aos condenados e a absolvição dos demais.
O tenente-coronel da reserva Moisés Fuchs e o tenente-coronel da reserva Daniel da Silva Adriano foram absolvidos por unanimidade da acusação de falsidade ideológica, referente ao primeiro alvará contra incêndio da boate.
Fuchs foi condenado por prevaricação por 4 votos a 1. Isso porque ele não teria aplicado as sanções que deveria diante da comprovação de que o sargento dos bombeiros Roberto Flávio da Silveira e Souza era gerente da empresa Hidramix, que realizou obras dentro da boate Kiss. A pena, neste caso, é de seis meses de reclusão e pode ser substituída por suspensão da execução da pena.
Fuchs foi condenado, também, por falsidade ideológica, referente ao segundo alvará contra incêndio da boate por 3 votos a 2. O capitão Alex da Rocha Camillo foi condenado por unanimidade pelo mesmo crime. A pena, nesse caso, é de um ano de reclusão, que pode ser substituída por suspensão de execução da pena. No período de dois anos, eles terão de se apresentar a cada dois meses na auditoria militar. Não podem frequentar determinados locais e não podem se afastar da cidade, sem aviso prévio.
Foram absolvidos por unanimidade, os três soldados Gilson Martins Dias, Marcos Vinicius Lopes Bastide e Vagner Guimarães Coelho; o sargento Renan Severo Berleze; e o 1º tenente da reserva Sérgio Roberto Oliveira de Andrades. Eles eram acusados de negligência por não terem indicado que a boate precisava de uma central de gás durante as inspeções que fizeram na casa noturna em 2011.
O promotor Joel Dutra entrou com pedido de recurso quanto à absolvição de Fuchs e de Adriano em relação ao crime de falsidade ideológica referente ao 1º alvará de incêndio concedido para a boate Kiss. Ele também pede penas maiores para Fuchs e Camillo na condenação pelo mesmo crime com relação ao 2º alvará da boate. O promotor solicitou ainda o aumento da pena para Fuchs pelo crime de prevaricação.