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Mais ilusões no programa de privatização

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A inclusão de empresas estaduais de saneamento tem mais efeito midiático do que prático. Funciona apenas como sinalização de que o Governo Federal está francamente disposto a privatizar todas (ou o máximo) de empresas estatais e que está superando as resistências dos Governos Estaduais.

Mas isso não é suficiente para efetivar a transferência dos serviços para o setor privado. É preciso que elas sejam economicamente viáveis.

E nesse ponto que entra a confusão, transformada em ilusão entre déficit e demanda.

Há identificado um certo volume de domicílios brasileiros que não está ligada à rede de abastecimento de água e um grande volume sem ligação com a rede de coleta de esgotos. 

Isso é déficit. Não se transforma automaticamente em demanda se forem expandidas as redes de água e esgotos. Uma parte preferirá soluções naturais, individuais ou condominiais, não buscando os serviços públicos. No caso da água, em função dos custos e dos esgotos, além da questão das tarifas, a menor importância dada ao saneamento.

Para transformar o déficit em demanda o Poder Público, pressionado pelos interesses setoriais, estabeleceu um modelo de negócios para o setor que jamais alcançará a meta de universalização de atendimento por redes. 

A mudança necessária não é a privatização das empresas estaduais. Em alguns casos deve ser a sua extinção. 

Jorge Hori

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Jorge Hori

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