desktop_cabecalho

Um TJ na lata do lixo

Ler na área do assinante

Um esquema de venda de sentenças envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará.

Magistrados associados ao tráfico de drogas, foi o motivo da Polícia Federal ter desencadeado no dia 28 de setembro a Operação Cappuccino.

Na ocasião foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de conduções coercitivas por 110 policiais federais.

Um esquema infame que prejudicava a sociedade cearense e enriquecia o grupo criminoso.

Neste domingo (9), o programa ‘Fantástico’, da Rede Globo trouxe novas revelações sobre o assunto.

Uma sentença chegava a custar R$ 500 mil, uma negociação espúria que envolvia um grupo formado por desembargadores e advogados que se intitulavam a ‘liga da justiça’.

A horda agia nos finais de semana, durante os plantões judiciais dos desembargadores envolvidos na trama criminosa.

As tratativas eram feitas sem rodeios. Mensagens capturadas pela Polícia Federal demonstram a desfaçatez com que advogados e desembargadores se comunicavam e combinavam a malandragem para beneficiar traficantes, que mesmo envolvidos em crimes bárbaros eram soltos na calada da noite, com o deferimento dos habeas corpus comprados.

O preço estabelecido dependia da gravidade do crime praticado, começando em 70 mil até 500 mil, para os crimes de maior potencial delitivo.

O advogado Fernando Feitosa, conhecido pelo sugestivo apelido de ‘Chupeta’, filho do desembargador Carlos Feitosa, era um dos mais atuantes agenciadores no ‘comércio’ de venda de sentenças, negociando tranquilamente através do aplicativo WhatsApp.

Numa mensagem o interlocutor questiona: ‘tem como baixar o preço do ingresso no plantão? O cara dá trabalho não’.

‘Chupeta’, sem fazer rodeios responde: ‘Faz uma pergunta pra ele: fulano, prefere passar o reveillon no aterro da praia de Iracema, todo de branco, bebendo todas ou trancado nessa cela só com marginal?’.

Uma demonstração do escárnio e da podridão que ronda o Poder Judiciário brasileiro.

Infelizmente, o TJ do Ceará não é um caso isolado.

‘Chupeta’, o do Ceará, foi pego, mas inúmeros outros ‘chupetas’ agem por esse Brasil afora.

Edmundo Zanatta

redacao@jornaldacidadeonline.com.br

da Redação Ler comentários e comentar