E agora, como ficam as relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela?
O que senadores brasileiros foram fazer na Venezuela?
20/06/2015 às 03:47 Ler na área do assinanteA viagem de uma comitiva de senadores brasileiros à Venezuela acabou em mal-estar diplomático, com direito a nota do Itamaraty pedindo esclarecimentos ao governo venezuelano.
A razão alegada para a viagem, seria uma visita ao líder opositor venezuelano Leopoldo López, detido há mais de um ano na prisão militar de Ramo Verde, além de verificar de perto como está a situação política do país, que vive um momento de profunda instabilidade política.
Após as hostilidades, o grupo de senadores decidiu voltar para o Brasil sem concluir a visita.
O vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, enviou uma debochada mensagem sobre os senadores brasileiros em missão oficial na Venezuela para o celular da mulher do líder oposicionista Leopoldo López, Lilian Tintori.
"Se os senadores estão aqui é porque não têm muito trabalho por lá. Assim, umas horas a mais ou a menos, dá no mesmo", diz o texto.
O texto, a piada e o deboche dão clara demonstração de que o bloqueio da estrada que leva do aeroporto à capital venezuelana foi, como afirmam os senadores, iniciativa do governo.
No lado brasileiro, o episódio gerou críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do Ministério das Relações Exteriores.
Em texto aprovado pela presidente Dilma Rousseff, o Itamaraty afirmou que “são inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros”. O órgão diz ainda que “solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.
Chama a atenção também o fato de vários dos senadores brasileiros que integravam a comitiva terem histórico de envolvimento em escândalos de corrupção e cerceamento da imprensa no Brasil. Tais incoerências estimulam o questionamento sobre quais são as verdadeiras intenções dos parlamentares brasileiros na atabalhoada missão.
De qualquer forma, o entrave diplomático está criado e o governo brasileiro não pode ficar alheio ou ignorar.