Até Roberto Carlos foi seduzido pelos encantos da Lei Rouanet

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O ex-rei Roberto Carlos viu seu nome estampar as páginas político-policiais na tarde desta quinta-feira (27), após ser deflagrada a 2ª fase da Operação Boca Livre, que investiga fraudes milionárias envolvendo a utilização da principal lei de incentivo à cultura no Brasil, alcunhada de Lei Rouanet.

De acordo com matéria publicada no Estadão, ‘a Polícia Federal e a Procuradoria da República em São Paulo descobriram que três projetos do Banco Bradesco, prevendo a captação de um total de R$ 590 mil para apresentações da Orquestra Arte Viva, foram utilizados para bancar um show privê de Roberto Carlos em 2007". [Fonte: Estadão → veja aqui

Mas, o caso do ex-rei é apenas uma das irregularidades apuradas. Durante a coletiva de imprensa da Operação Boca Livre, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União (CGU) apresentou dados estarrecedores: dos 34 mil projetos beneficiados até hoje pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet (em vigor desde 1991), quase 90% apresentam irregularidades graves na prestação de contas. [Fonte: Folha de S. Paulo → veja aqui

Noutras palavras, é uma zona!

Segundo a Procuradoria da República, entre 2003 e 2014 as companhias financiaram, por meio do esquema, diversos eventos restritos a convidados, como palestras, casamentos, aniversários, shows e festas, todos privativos, com base nos benefícios da Lei Rouanet destinados a outros projetos ditos de ‘amplo interesse público’.

Delegados da Polícia Federal, procuradores do Ministério Público Federal e auditores da Receita Federal do Brasil, responsáveis pela Operação Boca Livre S/A fizeram questão de reiterar que, até o momento, não há qualquer indício de que os artistas estejam envolvidos na malandragem que surrupiou mais de R$ 58 milhões dos cofres públicos. Por enquanto, só produtores e empresas foram arrolados.

Vale destacar: os recursos captados através da Lei Rouanet pertencem aos cofres públicos sim! Nos termos da Lei, são autorizados pelo Ministério da Cultura na forma de renúncia fiscal.

Helder Caldeira

da Redação Ler comentários e comentar