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Quilombo de Palmares - Uma aula de história especial para petistas e afins

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O Quilombo dos Palmares tinha como grande chefe Ganga Zumba. Ao que tudo indica, Zumbi nunca foi escravo e nasceu dentro do quilombo, como negro livre.

Zumbi era chefe guerreiro do quilombo, uma espécie de general.

Em seu auge, estima-se que Palmares abrigasse cerca de 30 mil pessoas.

Em 1678 a mando de Zumbi, Ganga Zumba foi morto envenenado e Zumbi assumiu o comando de Palmares. O motivo? Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, se interessava mais pela submissão do que pela destruição de Palmares. Após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos e passou a ser economicamente desinteressante para a capitania a destruição de Palmares. Os escravos de Palmares faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. Também extraiam óleo da noz de palma, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão, cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações e fazendas vizinhas. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceitou, mas Zumbi era contra, pois perderia os escravos de Palmares e com isso se esgotaria o poder econômico do quilombo.

Portanto Zumbi era ESCRAVOCRATA!

"Os escravos que eram libertos de outras fazendas e que iam para os quilombos eram convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"[4]...ou seja: Os membros que chegavam a Palmares fugidos, eram assim considerados livres. Os que eram libertos pelas incursões das tropas lideradas por Zumbi, eram convertidos em escravos dentro do quilombo.

E em seu auge, a maioria dos membros do quilombo era composta de negros libertos das fazendas, que continuavam escravizados dentro do quilombo. A minoria era composta de escravos fugidos e dentro dessa minoria, existiam brancos que também fugiram dos maus tratos nas fazendas.

Os negros que durante as incursões das tropas de Zumbi, se recusassem a seguir em fuga das fazendas, eram mortos sem dó nem piedade.

Por mais incrível que pareça, Zumbi e a estrutura administrativa do quilombo, mantinham relações comerciais com os senhores de engenho da região. Zumbi alugava os escravos do quilombo, em troca de produtos escassos no quilombo, como carne, tecidos e principalmente armas.

Zumbi era um déspota com os membros do quilombo..."Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo."

Em 1694, Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu. Após 94 anos de resistência, Palmares sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi conseguiu fugir.

En 20 de Novembro de 1695 Zumbi, então aos 40 anos, foi denunciado por um antigo companheiro (Antonio Soares). Localizado pelo capitão Furtado de Mendonça, foi preso, teve a cabeça cortada, salgada e levada, ao governador Melo e Castro.

Essa é a verdadeira face nada heroica do herói aclamado pelos brasileiros idiotas e ignorantes, que desconhecem a própria história...

Adriana Lisboa

A autora é médica

Fontes de referência: 

FONSECA Júnior, Eduardo. Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988. 465 p.

FREITAS, Décio. Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento,1973.

LEAL, I.S. & LEAL, A. (1988). O menino de palmares. Coleção "Jovem do Mundo Todo". Editora Brasiliense. 18ª Edição.

SANTOS, Joel Rufino dos. (1988). Zumbi. Projeto Passo à Frente - Coleção Biografias.Editora Moderna.

SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 1997.

VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

CARNEIRO,Edison.O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966, p. 35

MARTINS Souza, José.Divisões Perigosas: Políticas Raciais no Brasil Contemporâneo.Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,2007 p. 99

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