O Brasil precisa de nossa ajuda

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Preste atenção caro leitor, o Brasil está precisando de nossa ajuda, e esta é a melhor hora para isso. Veja porque. 

A Operação Lava-Jato deve encerrar a fase de caça aos pagadores de propinas depois dessa prisão dos dois maiores empreiteiros do Brasil. Isso porque a delação premiada do empreiteiro que comandava o grupo de rapinagem na Petrobras já está de bom tamanho para as provas de incriminação aos responsáveis.

Pra lembrar, quem montou a Operação Lava-Jato foi a Justiça Federal junto com o MPF, Ministério Público Federal, e com a ajuda da Polícia Federal que realizou todas as sindicâncias e prisões de empreiteiros, doleiros e demais suspeitos das roubalheiras na Petrobras. Contudo, nessa instância da Justiça não puderam ser julgados aqueles que têm foro privilegiado – políticos de um modo geral, claro.  

Agora será a vez dos políticos, ou seja, os que se beneficiaram da roubalheira. Mas para que isso aconteça terão que entrar em cena os Tribunais Superiores da Justiça brasileira. Ou seja, para deputados federais, senadores e presidente da República, as acusações serão apreciadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal); para governadores será o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Fazer conjecturas aqui sobre o que vai acontecer de agora em diante pouco poderia acrescentar ao que todos já sabem, prefiro então mostrar algumas particularidades por dentro desses escândalos. Escândalos que de uns anos para cá não param de crescer e estão deixando todos os brasileiros revoltados – sinceramente, acredito que até mesmo a maioria dos políticos que participaram, nem sabia do tamanho deles; tão grandes eram.

Dia desses encontrei um amigo empreiteiro e contou-me que nos últimos anos já não faz obras públicas no Brasil. Até não perdi dinheiro, disse-me ele, porque deixei de trabalhar com obras do governo no tempo certo.

"Já estava difícil ganhar uma concorrência de obra pública com tantas empresas participando. O lucro teria que ser no mínimo, de 5 a 10%; e apesar da empresa ser achacada com solicitações de propinas pelos políticos e gestores públicos, ainda assim, tudo era dentro de valores suportáveis." Dizia-me ele.

"Era difícil, mas a gente se virava. Mas de uns anos pra cá virou uma fuzarca e te explico." Continuou ele. "Para participar da concorrência o político passou a avisar antes o valor que seria dele; e indicava a pessoa que iria receber sua parte – já na assinatura do contrato." 

E prosseguiu, "Daí pra frente o negócio passou a ser assim: um funcionário graduado cobrava uma parte para fazer o empenho; depois vinha outro e cobrava outra parte para fazer a medição; mais outra parte pedia o tesoureiro para fazer a liberação do dinheiro." 

Finalizou dizendo: "Eram obras pequenas, todas fáceis de executar, mas se transformaram numa roubalheira institucionalizada em todo país. Quer saber, não sobrava parte alguma para minha empresa ao final da obra. Caí fora, então."

É a pura verdade o que me disse o amigo empreiteiro e é nisso que precisamos concentrar nossos esforços daqui pra frente: com atitudes firmes, por menores que sejam e cooperarmos de uma maneira ou outra para acabar com as roubalheiras que vem acontecendo em quase todas as administrações das coisas públicas.

Não se iluda, caro leitor, as roubalheiras não estão somente na Petrobras, mas em quase todas as administrações públicas, então faça tua parte. E não precisa sair por aí gritando, basta escolher a atitude que achares mais apropriada e ajude o teu país que está precisando demais hoje. 

Waldir Guerra

Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do governo e deputado federal. E-mail: wguerra@terra.com.br  

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Waldir Guerra

Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. E-mail: wguerra@terra.com.br  

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