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Temer não é golpista, é ilegítimo, tanto quanto Dilma

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É interessante o fato de os petistas utilizarem o termo ‘golpista’ para designar o governo Temer, em vez de ‘ilegítimo’.

Deve ter aí o dedo de algum marqueteiro. 

‘Golpe’ é mais fácil de pronunciar que ‘ilegitimidade’. 

Até petista consegue.

Acontece que o governo Temer não é golpista - mas é ilegítimo.

Temer foi eleito, juntamente com sua antiga aliada Dilma Rousseff, através de uma campanha movida a "caixa 2" (eufemismo para "propina", "jabá", "pixuleco").

Foi com dinheiro desviado (eufemismo para "roubado") que a chapa Dilma-Temer comprou horário político ("gratuito") na televisão, fez comício, molhou mãos, confeccionou camiseta e santinho, adquiriu votos e sanduíches de mortadela.

Temer jamais rompeu com Dilma - apenas se descolou dela - e prova disso é que nunca denunciou seus crimes (de boa parte dos quais ele tinha plena ciência e com os quais compactuou em seu silêncio).

Não deveriam ter impichado só a presidenta, mas também o seu vice nada decorativo.

PT e PMDB eram as duas margens do mesmo rio - e não se tem notícia de rio algum de uma margem só.

Por isso a inconveniência de se falar da ilegitimidade do Temer, do fato de ele ter chegado lá através do abuso do poder econômico. Porque na outra margem de tudo isso está o PT, o sócio majoritário da organização criminosa.

O governo Temer é tão ilegítimo quanto era o de Dilma.

Chamá-lo de golpista é golpe.

Eduardo Affonso

Foto de Eduardo Affonso

Eduardo Affonso

É arquiteto no Rio de Janeiro.

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