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Michel Temer, o jurista que concorda com a compra de juízes e promotores

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É bastante interessante observar como estamos perdendo a noção do que seja uma conduta institucional retilínea e com moralidade, probidade e transparência.

Perdemos a noção do que seja muito dinheiro roubado dos cofres públicos e ‘semanada’ de R$ 500 mil virou ‘mixaria’. ‘Pequenas causas’.

Leio sucessivos posts acerca de uma ‘falta de contundência’ nos áudios gravados do presidente Michel Temer, como se bobagem fosse, uma ninharia, um rato parido do ronco da montanha. Celebra-se, até com algum constrangimento, um ‘cenário favorável’ ao governo após o fim do sigilo das gravações.

Ora, o fato é gravíssimo. Trata-se de um presidente da República que recebe um empresário investigado por corrupção na Residência Oficial, dele ouve relatos de diversos crimes praticados e lhe oferece anuência, inclusive nas relações com um criminoso correligionário preso. Um jurista que ouve um cidadão dizendo que está comprando juízes e promotores e concorda. Não há simplicidade nos áudios, tampouco ‘falta de contundência’.

Talvez, especulação minha, essa reação desdenhosa de parcela significativa da sociedade seja o reflexo de nossa imensa dificuldade em separar com clareza o que é PÚBLICO daquilo que é PRIVADO.

Não espanta que continuemos um país miserável, um povo que sistematicamente elege bandidos de colarinho-branco como seus legítimos representantes.

Pouco importa quem será o ocupante da Presidência da República amanhã, ou em 2018, ou em 2055, se não mudarmos dramaticamente o ESTADO DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA E INSTITUCIONAL do povo brasileiro.

Porque cada povo não tem apenas o governo que merece. Numa democracia, cada povo tem o governo que escolhe ter.

Sempre há um porão no fundo do poço.

É hora de evoluir, minha gente!

Helder Caldeira

da Redação Ler comentários e comentar