A salvação da medicina pública brasileira pode estar nas mãos de quem menos se espera

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Um importante alerta aos médicos e estudantes de medicina do Brasil.

Ou assumimos o protagonismo de nossa história, ou seremos relegados a uma categoria de segunda classe.

Existe uma maneira de revertermos esta situação. Podem acreditar, é possível alterarmos a rota deste ‘navio’ antes da colisão, que parece inevitável.  

O filósofo e estrategista chinês, Sun Tzu, já afirmava:

‘Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.
Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.
Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...’

Pois bem, estamos classificados no primeiro grupo: conhecemos bem o nosso adversário e à nós mesmos.

Se traçarmos uma boa estratégia poderemos vencer esta guerra.

O adversário é covarde, ardiloso e oportunista. Joga em cima de nossa falta de tempo e, consequente desarticulação.

Sua estratégia é por demais conhecida e dispensa comentários.

Acredito ser mais produtivo focar em nossa estratégia de defesa e de ataque.

Somos fortes e precisamos saber utilizar a força que possuímos, só assim poderemos vencer.

Recentemente, assisti a um vídeo no YouTube, onde o Deputado Federal Mandetta (DEM-MS), além de fazer um diagnóstico brilhante da situação atual da medicina brasileira, faz um importante apelo: precisamos de mais médicos no congresso, pois é lá que as decisões são tomadas.

O resto não passa de chororô e de mimimi.

Como mobilizar a classe?

Como unir a categoria?

Como eleger médicos verdadeiros que conhecem as reais dificuldades que assolam os médicos e a população e não oportunistas políticos médicos que só olham para os seus próprios interesses?

São realmente perguntas que merecem respostas urgentes.

Precisamos mobilizar quem mais sairá prejudicado se nada for mudado: os jovens estudantes e médicos brasileiros.

Com a união da categoria será mais fácil encarar tamanho desafio.

A experiência dos mais antigos, que ainda acreditam na possibilidade de mudança, aliado à coragem e determinação dos futuros profissionais e de médicos  mais jovens, possibilitará a formação de um exército poderoso, capaz de mobilizar forças junto a comunidade prejudicada.

Tenho certeza, que se conseguíssemos eleger verdadeiros médicos, realmente  comprometidos em resolver os graves problemas da saúde pública brasileira, problemas estes, que afetam diretamente à classe médica, como a falta de condições dignas de atendimento à população carente, dificuldade de interiorização do médico brasileiro por falta de um plano governamental de carreira e de salário, melhores condições técnicas de trabalho, dentre outros, a situação melhoraria substancialmente.

Pode parecer um sonho, uma visão idealista e impossível de se realizar, mas acreditem, é possível.

O cenário conspira para que este sonho se concretize. Como uma floresta ressequida por anos de estiagem, basta uma faísca, uma única centelha, para que um grande incêndio se inicie.

Se uma, depois duas, três, quatro, várias universidades brasileiras públicas e privadas, através de seus alunos de medicina, conseguissem abraçar essa causa, envolvendo seus familiares, amigos e vizinhos mais próximos, conseguiríamos eleger um grande número de parlamentares médicos comprometidos com a nossa causa.

Precisamos acreditar em nossa força e em nossa capacidade de alterarmos esta  triste realidade em que nos encontramos.

O Brasil não precisa de mais médicos, o Brasil precisa de uma política de gestão dos recursos públicos mais eficiente e responsável, de combate à corrupção.

Foto de Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário

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