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Grave Denúncia: A crescente onda de procedimentos médicos realizados por não médicos

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Tudo começou quando a ex-presidente Dilma Rousseff, no dia 11 de julho de 2013, sancionou, após vetar 10 pontos importantes, a lei que disciplina a profissão médica no país (Lei do Ato Médico).

Um dos pretextos utilizados para a desconfiguração do projeto original foi que a acupuntura se tornaria uma prática restrita aos médicos.

Talvez este tenha sido o maior golpe desferido contra a medicina e contra a própria sociedade brasileira.

Como foi previsto, instalou-se uma verdadeira confusão no mercado. Uma lei que possuía o intuito de organizar, acabou desorganizando e implantando o caos.

Muitos profissionais da saúde que não são médicos, passaram, à partir deste momento, a acreditar, que após uma pequena capacitação, estariam aptos a realizar procedimentos complexos, que à primeira vista parecem simples.

Como diz um velho ditado popular: ‘A ignorância é a mãe da coragem’.

Um bom exemplo do que digo é a ‘simples sedação’.

Enquanto médicos anestesistas experientes, por conhecerem sua complexidade e suas complicações, exigem uma série de cuidados para realizarem este procedimento com segurança, dentistas se aventuram a utilizar sedação com Óxido Nitroso (gás anestésico) em consultório, e pasmem, já pleiteiam a utilização de drogas anestésicas endovenosas.

É um absurdo o risco que está sendo exposta a nossa sociedade.

Já ministrei aulas de fisiologia para o curso de enfermagem e para o curso de odontologia, e posso afirmar com propriedade que o enfoque dado é outro. O mesmo ocorre com farmacologia, semiologia, anatomia e outras matérias importantes do curso de medicina.

Mais que uma simples defesa de nosso mercado de trabalho, estamos preocupados com o grande perigo que isso representará para a parcela mais humilde da população que depende do SUS.

Ou vocês acham que a população mais abastada se submeterá à este perigo?

Precisamos ficar atentos.

Hoje, com este excesso de faculdades de medicina espalhadas por todo o Brasil, não existe a menor dificuldade, para quem deseja ser médico, cursar uma faculdade.

Foto de Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário

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