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O Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) denunciou nesta sexta-feira (23) à Justiça 22 pessoas, entre eles os presidentes da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, além de executivos dessas duas empreiteiras, as maiores do país. 

Entre os acusados estão os presidentes Marcelo Odebrecht (Odebrecht) e Otávio Marques de Azevedo (Andrade Gutierrez).

Esta é a primeira acusação formal contra executivos dessas duas empresas e atinge ao todo 22 pessoas suspeitas de participar do desvio de R$ 632 milhões em obras da Petrobras em refinarias, gasodutos e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

O Ministério Público Federal, que ofereceu a denúncia, sustenta ter provas de que a Odebrecht e a Andrade Gutierrez faziam parte de um cartel que combinava o resultado de licitações e pagava propina sobre os contratos para dirigentes da Petrobras e operadores do PT, PMDB e PP, que controlavam as diretorias de Serviços e Abastecimento da Petrobras.

No caso da Odebrecht, quinto maior conglomerado privado do país, paira ainda a suspeita de que a Braskem, petroquímica do grupo, tenha se beneficiado de preços artificialmente baixos na compra de nafta da Petrobras entre 2009 e 2014. Na denúncia, os procuradores estimaram o prejuízo para a estatal em R$ 6 bilhões - número que a Braskem contesta.

Nafta, principal matéria-prima para a produção de plástico, era vendido, segundo os procuradores, por valores abaixo do preço internacional. Em troca, o ex-diretor Paulo Roberto Costa recebia propina de US$ 5 milhões por ano, que dividia com o PP.

Documentação obtida nas investigações mostra que a Odebrecht e denunciados no esquema tinham contas e valores em empresas offshore, fora do país.

Uma investigação das autoridades suíças apontou que empresas do Grupo Odebrecht utilizaram contas bancárias naquele país para pagar propina a ex-diretores da Petrobras.

A Suíça informou que os pagamentos foram feitos a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Renato Duque, ex-diretor de Serviços; Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços; Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ambos ex-diretores da área Internacional da estatal.

A investigação concluiu que havia envolvimento dos dirigentes das empresas no esquema, e não apenas corrupção praticada por funcionários isoladamente.

De acordo com relato do delegado da PF Eduardo Mauat da Silva,

a participação dos presidentes das duas companhias é justificada pelo perfil de ambos. No caso da Andrade Gutierrez,

Silva citou um documento de uma auditoria interna feita pela empresa, para apurar todos os pagamentos feitos durante os anos da investigação da Lava Jato. "A própria Andrade Gutierrez estava preocupada com a Operação Lava Jato", afirmou.

Já na Odebrecht, o delegado lembrou que Marcelo Odebrecht era o responsável pelos principais decisões da empresa. "Ele tinha perfil bastante centralizador, ele tomava as decisões mais importantes, ele fazia os contatos políticos para que a empresa fosse beneficiada", disse.

A 14ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada no dia 19 de junho. A operação recebeu o nome de "Erga Omnes". O termo refere-se a uma expressão muito usada no direito à qual afirma que a lei deve atingir a todos de forma igual.

Depois da 14ª fase, a Polícia Federal executou outra operação, na qual prendeu o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Zelada.

Na estatal, ele sucedeu outro preso na Lava Jato, Nestor Cerveró, já condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. De acordo com MPF, Jorge Zelada teve 10 milhões de euros bloqueados por autoridades do Principado de Mônaco. O dinheiro seria fruto de propina, obtida por meio de fraude em contratos de fornecimento de navios sonda da Petrobras.

Ao todo, 19 ações penais e 5 ações civis públicas foram instauradas na Justiça Federal até agora.

Abaixo veja a lista dos denunciados nesta sexta-feira (23): 

Odebrecht:

- Alberto Youssef, doleiro

- Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, ex-diretor da Odebrecht

- Bernardo Schiller Freiburghaus, suspeito de lavar dinheiro de propina da Odebrecht

- Celso Araripe d’Oliveira, funcionário da Petrobras

- Cesar Ramos Rocha, ex-diretor da Odebrecht

- Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções Limitada

- Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A.

- Márcio Faria da Silva, ex-diretor da Odebrecht

- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras

- Paulo Sérgio Boghossian, ex-diretor da Odebrecht

- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras

- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras

- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht

Andrade Gutierrez:

- Alberto Youssef, doleiro

- Antônio Pedro Campello de Souza Dias, ex-diretor da Andrade Gutierrez

- Armando Furlan Júnior, sócio de Fernando Soares

- Elton Negrão de Azevedo Júnior, diretor-executivo da Andrade Gutierrez

- Fernando Falcão Soares, lobista conhecido como Fernando Baiano

- Flávio Gomes Machado Filho, filho de Mário Góes e suspeito de operar propina

- Lucélio Roberto von Lechten Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht

- Mario Frederico Mendonça Góes, lobista suspeito de atuar para a Odebrecht

- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez

- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras

- Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras

- Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras

- Rogério Santos de Araújo, ex-diretor da Odebrecht

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da Redação Ler comentários e comentar