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15 de Outubro - Dia do Professor: precisamos ir à luta

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Precisamos rever os nossos conceitos.

Isso mesmo, os professores precisam reassumir o protagonismo de sua história para reescreverem um novo capítulo na história da educação contemporânea brasileira.

Muitos são os problemas e os desafios a serem superados.

Muitos direitos precisam ser reconquistados e outros vários  deveres precisam ser também  cumpridos. Esta é uma via de mão dupla que precisa ser trafegada com responsabilidade, sabedoria e cautela por todos os agentes envolvidos no processo.

O Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963, oficializou nacionalmente o dia 15 de outubro  como feriado escolar. Este Decreto definia a essência e razão da criação deste feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

Bons tempos eram aqueles em que o professor era um profissional respeitado e valorizado por toda a sociedade brasileira. Pais, alunos, políticos, toda a sociedade sabiam dar o devido valor aos educadores.

Até hoje me lembro do professor Carlinhos de português, que com a sua rigidez e profissionalismo, conquistava o respeito e a admiração de seus alunos. Quando exagerava no "pito", dizia: "vocês um dia no futuro me agradecerão por ter sido firme e enérgico com vocês agora”. Ele tinha razão obrigado professor, sou-lhe muito grato.

Infelizmente, o caos se instalou na educação pública brasileira, arrastando esta nobre, bela e importante profissão para uma situação de penúria e de sofrimento.

Perdeu -se o respeito pela categoria. Pais irresponsáveis, alunos rebeldes, políticos mal intencionados, sindicalistas radicais, milícias e traficantes, roubaram a paz e a qualidade do verdadeiro educador.

Como pai de dois estudantes, professor universitário e irmão de duas excelentes e dedicadas professoras que exercem com amor e dedicação seu ofício, posso afirmar com propriedade: O caos se instalou na educação pública brasileira.

Estamos décadas atrasados em relação não só  aos países desenvolvidos, mas também daqueles em desenvolvimento que não negligenciaram a sua educação.

Em 2016, ficamos classificados nas últimas colocações na prova do Pisa, Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (sigla em inglês), prova feita em 70 países. Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática. (dados G1 educação 06/12/16).

Onde chegaremos assim?

Precisamos de uma desinfecção brutal no sistema público de ensino. Uma postura de coragem que deverá atingir as reais raízes do problema:

• políticos que desejam manter a população na eterna ignorância;

• pais que transferem para a escola a função de educar os seus filhos;

• uma legislação injusta que protege excessivamente os criminosos e delinquentes deixando toda a sociedade à mercê de bandidos;

• retirar os falsos professores da representação política da categoria, mais preocupados em implementar sua agenda ideológica do que realmente educar os seus alunos;

• revisar o currículo implementado adequando-o à realidade internacional; etc.

O problema realmente é grave, estão acabando não só com a educação brasileira, estão também destruindo o futuro de nosso Brasil.

Foto de Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário

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