Advogados de Marcelo Odebrecht partem para o confronto mais agressivo contra Moro, MP e PF

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A situação processual é de tal modo desfavorável a Marcelo Odebrecht, que começa a ficar patética a atuação de seus advogados. 

A melhor pergunta que poderiamos fazer a esses profissionais de reconhecida competência é a seguinte: Será que vale a pena tamanha desmoralização?

No dia 21 de julho (terça-feira), o juiz Sergio Moro deu 48 horas de prazo para que os nobres causídicos explicassem as anotações cifradas feitas pelo executivo em seus telefones,

conforme noticiado em primeira mão pelo Jornal da Cidade Online (veja aqui). Os advogados, prontamente peticionaram pedindo dilação do prazo, alegando que somente na quinta-feira (dia 23) teriam a audiência semanal com o executivo e nesta reunião poderiam colher explicações sobre o episódio.

O magistrado, solícito, imediatamente concedeu mais cinco dias de prazo para os esforçados defensores do presidente da maior (e mais corrupta) construtora do Brasil.

O novo prazo venceu nesta segunda-feira (27).

Eis que em petição protocolada, os advogados se recusaram a explicar as mensagens cifradas encontradas no telefone celular do empreiteiro e as referências a siglas que, segundo os investigadores, podem estar relacionadas a políticos como o ex-presidente Lula, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), o senador José Serra (PSDB) e o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT). 

Surpreendemente e levianamente, a defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht decidiu atacar o juiz Sergio Moro, os integrantes do Ministério Público e a Polícia Federal.

Em manifestação entregue a Moro, a defesa de Odebrecht classificou a atuação do MP como "intolerável".

A defesa do empresário, preso desde 19 de junho, também atacou a Polícia Federal e acusou o órgão de ter violado o sigilo dos advogados ao apreender um manuscrito em que o executivo havia registrado a mensagem "destruir e-mail sondas".

"Em seu afã de incriminar Marcelo a todo custo, a Polícia Federal nem se deu ao trabalho de tentar esclarecer as anotações com a única pessoa que poderia interpretá-las com propriedade - seu próprio autor", criticou.

Os advogados também contestam a revelação de informações supostamente confidenciais da empresa e criticam a divulgação de mensagens de familiares nos autos. A Odebrecht pede a decretação de sigilo nos documentos. 

O juiz Sergio Moro também é alvo das críticas por ter decretado nova prisão preventiva do executivo e por ter utilizado as mensagens do celular do empresário no decreto que determinou sua nova detenção.

Ainda com relação a Moro, os advogados partem para o franco afrontamento: "Impressiona, igualmente, a dubiedade do discurso de vossa excelência. De um lado, quando intima a defesa, assevera que 'tudo está sujeito à interpretação'. De outro, porém, antes mesmo de ouvir explicações, prende novamente quem já está preso dando por certo aquilo tudo que estava sujeito a interpretação!", escreveram.

Atuação lamentável e sem razão. Evidentemente, são muito bem pagos, mas será que vale a pena o "tudo por dinheiro"?

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da Redação Ler comentários e comentar