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O “risco” que os militares correm se concorrerem nas eleições de 2018

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Excetuada a enorme chance que teria o Poder Militar e o lado mais decente da sociedade de interferir para melhorar os destinos políticos do país, com uma possível vitória da “chapa” BOLSONARO/MOURÃO, se essa se concretizar, nas eleições de outubro próximo, essa verdadeira romaria mendigando candidaturas que eles estão fazendo para competir a cargos eletivos em diversos partidos políticos ser-lhes-ia, com certeza, um desastre sem paralelo. Desmoralizante mesmo.

A eventual efetivação das candidaturas de Bolsonaro (Presidente), e General Mourão (Vice), ainda está só no terreno das possíveis alternativas. Nada é certo. O “Plano B” (todo o mundo tem algum “Plano B”), poderia ser a “intervenção”.

Como se sabe, o registro do “Partido Militar Brasileiro” - PMB, sofreu boicote por todos os lados, inclusive da Justiça, não obtendo a sua efetivação. Enquanto isso qualquer “partideco” obtém registro no TSE. A opção está sendo a escolha “pulverizada” pelos candidatos militares de alguns pequenos partidos.

Tenho absoluta certeza de que as candidaturas militares terão o seu MAIOR APOIO paradoxalmente nas esquerdas, que preferem ver o diabo, antes que militar. Mas “eles” bem sabem que mediante essa ingênua participação “pro forma”, ao mesmo tempo os militares estarão legitimando um sistema eleitoral e político podre e corrompido até a sua “alma”, com vícios insanáveis. E militar jamais vai conseguir competir com os políticos tradicionais. Não são demagogos, não sabem mentir, distribuir bolsas, comprar pessoas e nem fazer promessas irrealizáveis. Não é campo “para eles”. Sua formação é diferente (também com algumas exceções, é claro). Mas não é um problema “massificado”, como na política, onde o mau-caratismo é generalizado, “amplo e irrestrito”.

Além do mais, o “grosso” do eleitorado brasileiro, aquele que tem força para efetivamente “eleger”, prefere escolher gente que tem idêntico perfil de inteligência, caráter e moral. Prefere, portanto, optar por um “igual”, com quem melhor se identifique. Uma pessoa melhor preparada não agrada ao “paladar” político da maioria. Já não foi dito que “O povo tem o governo que merece”? Qual seria a razão pela qual a pior escória da política é justamente aquela que mais batalha pelas tais “eleições diretas já”?

Com explicar de forma diferente a preferência dos eleitores por gente tão desqualificada e corrupta como aquela que tem assumido os cargos eletivos da República?

Essa “coisa” que os políticos dizem e escrevem nas leis e nas constituições que é “democracia”, não é nem nunca foi democracia de verdade. É o contrário. O que se pratica no Brasil é a OCLOCRACIA (definição de Políbio, filósofo, historiador e geógrafo da Grécia Antiga), que se resume numa democracia degenerada, deturpada, praticada pela massa ignorante em proveito da patifaria política que congrega e beneficia a pior escória da sociedade.

Portanto, meus irmãos da caserna e da tropa, tratem de aconselhar os seus superiores hierárquicos a não entrarem em “canoa furada”, legitimando, de forma indireta, o sistema corrompido que aí está. Assim eles estarão entregando as “armas” ao inimigo. Não esqueçam que nessa pseudodemocracia a “maioria vence”, mesmo que seja composta por uma maioria desqualificada.

O Poder Militar tem outras e melhores formas de intervir para salvar o Brasil das garras desses malfeitores da política que se adonaram dos Três Poderes desde 1985, mais gravemente após 2003. É só abrir a Constituição que uma delas está escrita lá no seu artigo 142.

E nas hipóteses de intervenção para garantia dos legítimos “poderes constitucionais” (hoje dilacerados pela corrupção), e para “defesa da pátria” (entregue às moscas e aos ladrões), sem dúvida as Forças Armadas tem plena autonomia para agir, sem interferência ou requisição de qualquer dos Três Poderes Constitucionais, compostos pela maior “quadrilha organizada” que já se instalou Brasil.

A Constituição é muito clara, gostem ou não. O único requisito necessário para entender o exato sentido desse dispositivo constitucional é NÃO SER UM ANALFABETO FUNCIONAL.

Foto de Sérgio Alves de Oliveira

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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