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Carta aberta aos brasileiros de bem

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Vamos ser sinceros, honestos e diretos. Se você tem mais de 30 anos provavelmente não verá o Brasil com o qual sonhamos. Não é de hoje que os brasileiros perderam o rumo. Até parece que estamos bêbados dirigindo um automóvel com as janelas pintadas de preto. Sabemos que estamos em perigo, mas, sequer conseguimos identificar qual será o obstáculo que nos matará. Verdade, ética, justiça e honestidade saíram de nosso vocabulário. Hoje, aplaudimos o sensacionalismo, a esperteza e o famoso “jeitinho” brasileiro.

É claro que pontualmente veremos aqui e acolá algumas pequenas vitórias. Alguns corruptos irão ou continuarão na cadeia. Alguns políticos não serão reeleitos. Mas, acreditar que, por exemplo, o parlamento será renovado maciçamente em outubro/2018 é continuar sonhando eternamente em berço esplêndido. Ao médio e longo prazo a perspectiva não é nada boa. E o motivo é simples: nós nos acostumamos com o atual quadro de degradação moral, ética e social.

Talvez a culpa seja dos governos socialistas que chegaram após o advento da chamada “Nova República”. Talvez, o que é mais provável, a culpa seja nossa mesma, pois, os marqueteiros dos marginais travestidos de governantes simplesmente conseguiram interpretar o sentimento dos brasileiros e os cimentaram em uma propaganda deliciosa e diabolicamente enganosa, pois, aqui, em terras tupiniquins, ainda se acredita que existe sucesso sem trabalho árduo, progresso sem esforço, segurança sem ordem jurídica eficiente.

O Brasil só mudará seu norte quando a maioria do seu povo (e nem vamos falar aqui utopicamente de maioria absoluta) passar a rejeitar o errado, o antiético, o imoral, a safadeza e a corrupção como coisas naturais do dia-a-dia. Enquanto o brasileiro continuar achando que o segredo é não ser flagrado fazendo algo errado para se dar bem, continuaremos naufragando como nação. Enquanto o brasileiro não sentir vergonha de receber migalhas do governo em forma de bolsas assistenciais, não reencontraremos a nossa dignidade como seres humanos. Enquanto o brasileiro não entender que o governo e o estado devem estar a serviço do povo e não o contrário, continuaremos a ser um reles e patético país de terceiro mundo. Enquanto o brasileiro não entender que o futuro do Brasil é o seu próprio futuro e que se preocupar com isso é mais importante do que uma competição esportiva não nos tornaremos uma grande nação. É preciso mudar nossa maneira de pensar e de agir!

Mas, voltando à primeira linha, este Brasil que nós queremos não será o nosso Brasil. A verdade é dura, mas, tem que ser dita! Eu e você, e presumo que você seja alguém tão preocupado quanto eu com o nosso futuro, não veremos este Brasil grande, ordeiro, progressista e ético! Talvez, daqui a quarenta ou cinqüenta anos, este Brasil se torne uma realidade. Mas, para isso, o trabalho tem que começar imediatamente. Vamos esquecer as meias palavras ou os eufemismos. Os brasileiros conscientes que ainda existem são minúscula minoria. E esta minoria não será suficiente como força eleitoral para mudar a nação.

Mas, há algo que nós, minoria, podemos fazer...

Vamos esquecer os adultos e vamos focar nossos esforços em nossas crianças. São elas que poderão salvar o Brasil. Está na hora de perguntar: quais são os valores que estamos transmitindo para nossos filhos e netos? Quais são os exemplos que lhes estamos dando? Quais os instrumentos que estamos colocando diante de nossas crianças para lhes propiciar a visão de um futuro digno? Vamos voltar à conversa da honestidade? Tirando um ou outro exemplo isolado, nós não estamos preparando as nossas crianças para o Brasil dos nossos sonhos. Precisamos cuidar das nossas crianças; precisamos moldar as suas personalidades; precisamos mostrar-lhes o caminho do bem; precisamos ensinar-lhes a praticar boas e éticas ações.

Se você concorda comigo e me acompanhou até aqui, tenho uma notícia importante para lhe dar: a sua responsabilidade acabou de aumentar. Porque você se tornou responsável por começar a disseminar essa idéia. Responsabilidade é uma palavra terrível e odiada por aqueles que não assumem as conseqüências por seus atos. Mas, é nossa responsabilidade repensar e mudar o Brasil. A nossa geração já foi derrotada, mas, a próxima geração poderá vencer esta batalha. E o momento é agora. Se você concorda, assuma esta responsabilidade. Converse com seu filho; dê-lhe bons exemplos; lembre-se do que seus próprios pais lhe ensinaram. Ensine-o valores como ética, patriotismo, moral, bons costumes, educação. Se você tem facilidade para conversar em público, ofereça-se para conversar com os alunos da escola de seu filho; se não sabe o que falar, entre em contato comigo e eu lhe mostro o caminho das pedras (robson.merola@gmail.com). Eu não sou o dono da verdade, mas sei que só mudaremos o Brasil se mudarmos os paradigmas da atual geração que ainda está na infância. Se você é jornalista ou publicitário, compre essa briga e comece a produzir matérias e peças publicitárias sobre a importância de prepararmos esta geração de crianças com valores éticos, morais e patrióticos.

A tarefa é imensa e a batalha será longa e árdua. Mas, com alguma boa vontade nós a venceremos. Basta começarmos já! Arregace as mangas e vá à luta. Pense na importância do futuro das nossas crianças e entenda que o futuro delas está intimamente ligado com nossas atitudes atuais. Está na hora de mudar o Brasil do futuro! Não espere pelos outros: faça você mesmo a sua parte. Saia da sua zona de conforto mental e ingresse nessa luta!

Seu filho e o Brasil merecem o nosso esforço!

(Texto de Robson Merola de Campos)

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