desktop_cabecalho

Povo de Tapejara (RS) pede desculpas ao Brasil por seu "filho" Rogério Favreto

Ler na área do assinante

A pequena Tapejara - aprazível e pujante cidade do interior do Rio Grande do Sul, com uma população de apenas 20 mil habitantes, mas detentora de um comércio extremamente aquecido e de um povo notavelmente trabalhador e hospitaleiro - está envergonhada.

São inúmeras as mensagens que circulam nas redes sociais dando conta deste sentimento do povo tapejarense.

Um filho, nascido e criado na cidade, por todos conhecido, que poderia ser um motivo de orgulho para os seus conterrâneos, fez a cidade se entristecer neste domingo (8).

Rogério Favreto é natural de Tapejara. Nasceu, em 1966, na comunidade de São Domingos. Seus pais eram agregados em uma propriedade rural. Teve uma infância de superação, trabalhou na roça, teve dificuldades para deslocar até as escolas onde estudou e para cursar Direito na Universidade de Passo Fundo.

Na vizinhança era até então conhecido como um conterrâneo vencedor, que passou em concurso na prefeitura de Tapejara e depois abandonou a carreira no serviço público municipal para trabalhar na assessoria jurídica de Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre.

Quando Tarso assumiu o Ministério da Justiça, levou o advogado para assessorá-lo. Depois, Favreto atuou com o ex-ministro José Dirceu. Foi filiado ao PT por 20 anos, até ser indicado pela presidente Dilma Roussef para integrar o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que tem 27 desembargadores, parte de carreira e parte indicado por políticos e pela Ordem dos Advogados do Brasil.

A sua indicação para o TRF-4, já fora cercada de polêmica. Houve um pedido de impugnação com a alegação de que ele não havia exercido 10 anos ininterruptos de advocacia, conforme prevê a regra.

Foi uma voz destoante no Judiciário, ao defender investigação de Sergio Moro e criticar a Operação Lava Jato. Com toda essa identificação com o Partido dos Trabalhadores, esperava-se que ele se abstivesse de analisar um caso referente a Lula. Mas, 32 minutos após ter assumido o plantão, o que não ocorria desde janeiro devido ao rodízio com os desembargadores, acatou um pedido de três deputados petistas e mandou soltar o ex-presidente da República. Ao ver a rejeição de sua determinação por colegas da Corte, Favreto fez algo inédito em um tribunal, despachou mais duas vezes pela soltura do preso.

A consequência são seis denúncias já protocoladas no Conselho Nacional de Justiça contra a atitude do magistrado, sendo uma delas pela OAB nacional.

Na imprensa nacional e na internet o desembargador é acusado de macular a imagem do Judiciário.

Tapejara, terra de gente trabalhadora e ordeira, está entristecida.

Fonte: Rádio Planalto de Passo Fundo

da Redação Ler comentários e comentar