Futebol engessado

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Torço para que um dirigente lúcido (apoiado por um jornalista de visão) resolva empunhar esta bandeira. É pelo bem do esporte mais popular do mundo. Tal ideia não interessa apenas aos torcedores que pagam caro pelos ingressos (às vezes falsos) em filas (físicas e virtuais) e PPV exibindo caneludos rotulados de “gênios” da bola. Interessa aos patrocinadores para aumentarem a legião de torcedores-consumidores e aos profissionais de mídia que precisam alargar o mercado de trabalho e aumentar o faturamento das empresas que representam.

A queda de qualidade no futebol cada dia fica mais evidente em função dos esquemas defensivos que 90% dos treinadores adotam (principalmente os latinos). Sacrificam a vontade de ganhar pelo receio de perder (inclusive o cargo).

Tal atitude conduz a maioria das partidas para espetáculos que terminam em 0 x 0 ou 1 x 0, com duas ou três jogadas de emoção ao longo de 92 (contando com a prorrogação) minutos irritantes.

Para combater a tendência de retranca que se instala na alma de técnicos sem coragem para arriscar jogadas ousadas, não é preciso aumentar o tamanho das balizas, eliminar o impedimento ou colocar chumbo na chuteira dos goleiros. Basta uma medida simples, a ser encabeçada pelos dirigentes de visão com apoio de jornalistas conscientes.

Pode começar no Brasil e contaminar o continente e o mundo. Um dirigente honesto (?) vai nos apoiar porque ama o esporte dinâmico.

Uma pressão forte vai balançar a FIFA para aceitar a mudança proposta já para 2019. Podemos fazer experiências entre 2019 e 2021 no futebol feminino e/ou em campeonatos de divisões precoces. O jogo ficará mais animado.

Duas ideias simples e bem baratas:

a) Dois adendos na atual fórmula de pontuação que não causarão impactos profundos no entendimento da regra para os menos lúcidos (90% só leem jornais pendurados nas bancas).
*1* ZERO x ZERO: nenhum time marca ponto.
*2* Um ponto extra para vencedor se a diferença de gols for superior a três.

Os técnicos vão partir para o ataque ou vão ficar lá atrás para perder de pouco?

b) Limitar o número de faltas em torno de 12 por partida para cada equipe.

A partir da 13ª falta, colocar a bola na cabeça da meia-lua. Tiro livre direto (obrigatório) SEM barreira. Nada mais do que um pênalti mais recuado.

Convoquemos o povo através de uma pesquisa (TV, site, outras mídias) para reforçarmos a pressão.

O Futsal evoluiu, pois teve coragem de aperfeiçoar suas regras nos últimos 25 anos. A FIFA não percebe esta necessidade no futebol de grama? A voz do Brasil precisa ser ouvida nos escritórios da Suíça.

Vocês comprariam esta ideia?

Foto de Haroldo Barboza

Haroldo Barboza

Matemático. Profissional de TI, autor do livro Brinque e Cresça Feliz.

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