desktop_cabecalho

Um recado para os eleitores do nosso amado Tocantins: eu Dr Roberto Corrêa....

Ler na área do assinante

Tem sido muito frequente a pergunta: Por que você resolveu deixar temporariamente sua carreira de médico para participar como pré candidato ao cargo eletivo de deputado federal pelo Estado do TO?

Tudo começou quando em outubro de 2016 fui obrigado a sair em defesa da dignidade dos médicos anestesistas que estavam há 12 meses sem receber. Para que o nosso grito de desespero pudesse ser ouvido, fui obrigado a fazer 4,5 dias de greve de fome na frente do HRA. O protesto também serviu para denunciar as péssimas condições de atendimento a que estava sendo submetido o povo humilde que dependia do sistema público de saúde.

Dois anos depois desse episódio, o problema se repetiu. Agora como Presidente da Sociedade Tocantinense de Anestesiologia SAETO, fui obrigado no dia 24 de dezembro de 2017, a denunciar aos principais jornais e rede social do TO, mais 7 meses de atraso salarial, o que fez com que perdessemos 30% de nossos anestesistas (a maioria do interior do estado).

Como médico, estou cansado de ver o sofrimento da população mais humilde que agoniza lentamente nas intermináveis filas do SUS, muitas vezes morrendo antes mesmo de ser atendido.

Presencio também a gradativa destruição dos hospitais, que superlotados e sucateados, estão transformando os seus corredores em enfermarias improvisadas, por falta de leitos em suas enfermarias e em suas UTI's.

O suado dinheiro de nossos impostos está sendo muito mal utilizado pelos nossos governantes. Desaparece, como em um passe de mágica, das mãos de nossos gestores, indo parar em alguma contas secreta, em um apartamento vazio ou até mesmo enchendo fazendas de gado comprado com o fruto de nosso trabalho. Isso precisa acabar.

Precisamos dar um basta nesta degradante situação.

O governo deve servir ao povo e não o povo ao governo. Está tudo errado, a corrupção está infiltrada em todos os setores de nossa sociedade.

Os cidadãos já perderam a esperança e acreditam que até aqueles que estão revoltados e resolveram encarar o desafio de ajudar a melhorar o país são também corruptos, ou na melhor das hipóteses, em um corruptos se transformarão na primeira oportunidade. (Para mim, está é a pior parte: ser confundido com uma pessoa corrupta e desonesta).

Nosso país está à beira de um caos, a um passo de nos transformarmos em uma grande Venezuela (não entrarei em maiores detalhes).Como cidadão, estamos à mercê de nossa própria sorte.

Quando saímos para trabalhar não temos a certeza que conseguiremos voltar vivos para as nossas casas; e se voltamos, não temos a garantia que a nossa residência se encontrará nas mesmas condições na qual deixamos.

O desemprego não pode ser esquecido. Assola grande parte de nossa população de forma cruel e implacável.

Lojas e mais lojas estão sendo fechadas em Araguaína TO, e em outras cidades do país, por que os comerciantes não mais conseguem suportar à recessão econômica e sobreviver à burocracia e aos altos impostos e taxas praticados atualmente no TO e no país.

Estradas perigosas, mal sinalizadas e esburacadas. Bairros sem pavimentação e iluminação pública adequada.

Nossos jovens estão sem perspectiva de trabalho, nossas escolas oferecem um ensino de péssima qualidade, mal mal ensinando os alunos a pronunciarem adequadamente as palavras, sem contudo compreender o seu significado quando formam uma frase, um parágrafo, um texto.

Os nossos professores também merecem ser tratados com mais respeito. São mal remunerados e em alguns lugares do país estão com os seus salários atrasados (tenho 2 irmãs professoras em BH que estão com seus honorários atrasados)

Projetos duradouros que incentivem a prática de esporte, que estimule o aprendizado de uma língua estrangeira, ou o aprendizado de um instrumento musical ou mesmo, algumas técnicas de arte precisa ser elaborado e oferecido à nossa juventude. Nossos nossos jovens precisam ser "afastados" do mundo das drogas e da criminalidade; o que contribuiria diretamente para a diminuição da violência urbana.

Nossas forças de segurança estão mal equipadas e sem motivação. Não possuem segurança jurídica para atuar e muito menos apoio governamental. Nossos policiais estão sendo mortos em serviço e os meios de comunicação e o governo parece pouco se incomodar com essa tragédia. Não podemos virar as costas para aqueles que garantem a ordem e a paz em nossa sociedade (lembremo-nos da catástrofe em que se transformou o ES na última greve da PM naquele estado).

São muitos os problemas que me motivaram a aceitar o convite para participar do próximo processo eleitoral.

Deixar o conforto de minha casa e aceitar partir para o embate não é uma simples e corriqueira decisão. Talvez este tenha sido o principal motivo para que um texto que deveria ter no máximo 3 parágrafos, tenha se transformado neste textão.

Sei que a luta não será fácil.

Os políticos profissionais, que pouco compromisso possuem com a sociedade que paga os seus salários , criaram um esquema que facilita a sua perpetuação no poder: Fundo partidário que beneficia os maiores partidos (a maioria envolvidos com a corrupção), maior tempo de programa eleitoral gratuito na TV, máquina administrativa em suas mãos. Está tudo dominado, do legislativo, do executivo, ao judiciário. O problema é grave e crônico.

Mas, não poderíamos nos acovardar e fugir à luta por um Tocantins e um Brasil melhor para todos nós.

Essa luta não poderá ficar para as nossas próximas gerações. Precisará ser enfrentada por nós mesmos.

Precisaremos ter a coragem de enfrentar os que teimam em continuar à destruir a Pátria de nossos filhos e de nossos netos.

Independente do resultado final das eleições já me sinto um vitorioso. Cumpri, por completo, a minha função de cidadão brasileiro.

Com que cara me olharia no espelho, se após ter feito o que fiz, eu "amarelasse", fugindo da minha obrigação de "combater o bom combate"? Com que cara encararia minha esposa, minhas filhas e os meus amigos?

Foto de Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira

Médico anestesiologista, socorrista e professor universitário

Ler comentários e comentar