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Dia da Independência: não há muito que comemorar

Um governo de engodos, mentiras, incapacidades técnica e política

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O Brasil está vivendo um momento tormentoso, bastante preocupante, para dizer o mínimo.

Governado por um partido de esquerda há mais de uma década; por um governo cuja incapacidade é inequívoca. A cada dia que amanhece os brasileiros tomam contato com a realidade que jazia escondida atrás de uma especiosa contabilidade nacional que foi manipulada com o fim único de apresentar resultados de uma política desenvolvimentista que não existia. Agora se sabe!

O governo que trata o capitalismo como o mal dos males desde que assumiu o governo não se atreveu a abandona-lo, mas foi eficiente em desestabilizar os seus princípios basilares.

Ao longo dos últimos 13 anos o Estado se apossou dos sonhos dos brasileiros, fê-los endividarem-se, acreditarem que viviam numa nova era e num tempo de crescimento e oportunidades, fê-los enxergarem um caminho para sair da pobreza rumo à prosperidade, com casa, emprego, segurança, saúde e educação, apesar de todos os avisos dos economistas, institutos de análises micro e macroeconômica, dos sinais dos movimentos políticos domésticos e das façanhas exemplares da vizinhança sul-americana – que apontavam claramente para o desastre que adviria de uma política populista e irresponsável, incompatível com o movimento do mundo contemporâneo.

Um Estado improdutivo beirando a ruína não vai abandonar o cobro de alto preço de seus cidadãos. Esse tempo já começou e agora se acentua velozmente. Governos passam, mas Estado e nacionais ficam.

Com a economia desorganizada e agonizante, os Poderes da República se agitam em políticas de emergência para salvar as contas nacionais e preservar o país de mais um rebaixamento dos níveis de confiança frente ao mercado mundial. Dizem e desdizem entre si acusando o golpe da rebordosa realidade.

As escolhas, para buscar o reequilíbrio, recaíram sobre a população que se vê agora obrigada a suportar aumentos sucessivos de tributos, inflação, aumento do nível de desemprego, perdimento de benefícios e a perda brutal de sua renda, que se adiantam a outros sacrifícios que virão.

Somado a tudo isso, ainda tem de olhar com sofrimento e tristeza a realidade dos sonhos cada vez mais distantes.

A arrumação dos agentes políticos busca autoproteção e blindagem contra um avolumado rol de acusações de malfeitos, corrupção, roubo, formação de quadrilha, desvios de recursos públicos e tantos mais crimes contra o Estado e a população brasileira.

A magnitude dos recursos desviados descobertos pelas autoridades judiciárias até aqui, é singularmente alarmante. Agora, faltam para ajudar a fechar as contas do governo em exercício que, pela primeira vez na história desse país apresenta um plano de orçamento deficitário, de duvidosa legalidade, diga-se.

Embora muitos políticos estejam presos ou em via de serem julgados e condenados reunindo os escândalos e envolvidos até aqui conhecidos, foram ágeis em proteger suas próprias rendas, lícitas e ilícitas.

Os escândalos de crimes de naturezas várias como já citei alhures se espalharam como praga pelo Brasil.

Governos Estaduais e Prefeitos às pencas são flagrados em malfazejos criminosos deixando suas populações locais em situação de extrema insegurança jurídica e na penúria social.

Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, teve três Prefeitos num período médio de ano e meio. Causa?  Corrupção, formação de quadrilha, desvios de recursos públicos, fraudes em licitações etc., em suma, crimes contra a Administração Pública que atingem duramente a vida dos residentes e afetam a conta do Governo Central, no viés. É um caminho em círculo, se é que me entendem.

Na cidade de Bom Jardim, a Prefeita Lidiane desvia valor milionário do pequeno Município e é procurada pela justiça. E outros exemplos não faltam.

Apesar do Mensalão e do Petrolão, ainda há quem defenda esse governo. De suas raízes vertem os auspícios totalitaristas que tantos males já trouxeram ao mundo. Guerra, fome, destruição, aniquilação da personalidade humana, saques e genocídios. – Nada disso serviu para ensinar alguma boa coisa?

O germe disso está topo da cadeia que se alimenta da exploração dos povos e pode fazer desaparecer uma cultura inteira, na pior das hipóteses. Curiosamente, é também esse pensamento que alimenta o socialismo de esquerda.

Tal estado de coisas se aproxima perigosamente da potência de vontade característica de déspotas que destroem mentes criativas e valores caros a humanidade em favor de um projeto de poder.

Os crimes que vemos e vimos sendo cometidos são de “lesa-pátria” e assim deveriam ser encarados.

Ainda que nossas Instituições permaneçam funcionando e consolidadas no estado democrático de direito, é forçoso observar que vêm sendo alvo dos tentáculos de um governo ganancioso e autoritário escondido sob a pele de um cordeiro, e que faz da máquina pública  instrumento de viabilização de suas metas criminosas.

Apoiado por Movimentos Sociais e Sindicatos, a grande referência da mudança prometida disso tudo, que se autoproclama partido político, declara a nação que, se preciso for volta a candidatar-se a Presidência da República. Ainda que a democracia lhe garanta esse direito, tratando de quem e do que se trata, é em verdade a ameaça de uma mente idiotizada e imbecilizada pelo verme que corrói as virtudes em favor do poder pelo poder. Não se trata de profeta, de messias, de deus, entidade ou divindade, mas de um homem comum cujo maior perigo reside em sua própria crença pândega cuja seita, infelizmente, conta com milhões de facciosos e intolerantes.

Neste momento da história do país o único fato que nos amansa a alma é saber que o judiciário está empenhado em combater esses malfeitores e proteger as prerrogativas do Estado de Direito e as Garantias Fundamentais de seus nacionais.

Não são paladinos da justiça, são homens que não permitiram que suas consciências fossem tomadas pela praga da desonestidade e perseguem corajosamente o restabelecimento da justa aplicação da lei independentemente de quem seja o criminoso – rico e poderoso ou pobre e vulnerável. O denominador comum prevalecente é o binômio “crime e criminoso”.

Recuso-me a acreditar que estamos fadados a ser eternamente um gigante adormecido. Talvez, propositadamente entorpecido pela peçonha de políticos de conveniência.

Num comentário simples, singelo que fiz numa das notícias daquilo que chamo “genocídio intelectual de esquerda”, não faltou quem me criticasse fundando seu ataque na retórica desgastada da hipocrisia populista que embalou por anos os sonhos dos brasileiros que contavam com um futuro melhor, mais digno e promissor. O dileto resolveu lembra-me que a corrupção data do império. Não mente, é verdade. Mas pergunto se o comportamento dos monarcas do século XVI convalida ou justifica os do XXI? Ademais, meu comentário não sublinhou nomes, tempo ou partidos. – Pouco me importa a opinião do bandalho. Arrematando, outra me perguntou em que país eu vivo (?), posto que em sua opinião o Brasil de hoje é diferente do Brasil de antes do PT (embora eu reafirme não ter citado partido); de novo a tática do discurso feito que, apesar das provas em contrário, tenta repetir idiotices, do que firmado na consciência de muitos de boa-fé que a miséria foi superada, que a desigualdade entre as classes sociais foram mitigadas, que o povo exerce a soberania da sua vontade, de que o país pune mais pelo fato de o governo ter concedido autonomia às instituições e outras tantas balelas que, se não são totalmente mentirosas, são eficientes instrumentos de propaganda de um partido de pulhas infeccionado pelo verme da corrupção recidiva do imperialismo latino-americano, citado pelo meu crítico, que de tão dileto me reverencia com um irônico “meu caro”. Eu, bem que poderia dar-lhe o caminho das verdades que ele insiste serem mentiras; mas de que adianta alertar o defunto da iminência da morte?

Vivo, enfim, no mesmo país deles. Apenas nossos pontos de vista divergem. E, isso não deveria ser objeto de ofensas, mas tijolos para a construção de um consenso que pacifique conflitos de opinião; uma das liberdades que nos oferece a Democracia e revela, entre outros, a virtuosidade das relações humanas.

Neste, que comemoramos a Independência do Brasil, acaba por consolidar na consciência do povo brasileiro um marco denunciador de que em 193 anos ainda não encontramos uma forma de atravessar o tempo de mãos dadas e, juntos, construirmos uma Nação verdadeiramente unida em torno de um ideal comum ou, ao menos, majoritário que atenda a minoria igualmente.

Sob a égide de uma Constituição classificada juridicamente como rígida e considerada uma das mais completas do mundo, vinte e sete anos após a sua promulgação, feito colcha de retalhos, foi sendo modificada e hoje conta 250 artigos com milhares de parágrafos, 84 emendas ordinárias e outras 06 emendas de revisão. Diante de complexa legislação, ardilosos políticos buscam e encontram meios de complicar ainda mais a vida dos cidadãos anuviando o entendimento fácil das regras que comandam os seus direitos e garantias, diuturnamente vilipendiados. Toda legislação é entregue ao país em nome do beneplácito popular escondendo uma rede de armadilhas que comprometem o futuro do povo e preserva, quando não privilegia, a vida daqueles e dos novos burgueses que meu dileto crítico tenta convencer com o seu discurso ignorante de que eles – os burgueses – são os inimigos do povo. Provavelmente, ele e seus companheiros nem sequer sabem o significado de burguês: indivíduo pertencente à classe média. Mas não se anime: sua significação difere no tempo. Acautele-se ao usar o termo.

Num dia em que faltam razões para comemorar o seu verdadeiro significado, reverenciando com orgulho o nosso pendão auriverde, juntos espiaremos os nossos próprios enganos, com um sorriso amarelo.

JM Almeida

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JM Almeida

João Maurino de Almeida Filho. Bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Jurídicas. 

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