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A inestimável colaboração dos jornalistas do Roda Viva ao candidato Bolsonaro

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O jornalista do Estado de São Paulo, que atende belo nome de Leonencio Nossa, representou, nesta segunda-feira (30), no Roda Viva, diante de Jair Bolsonaro, a caricatura perfeita do sujeito, do cabra!, metido a intelectual, que esqueceu deste minúsculo detalhe da vida que é a realidade.

Leonencio, Nossa Senhora!, como representante da maioria da imprensa tradicional, trata Jair Bolsonaro como aqueles esnobes ricos tratam em filmes de comédia o convidado do interior, que chega de calça jeans e camisa xadrez no jantar de gala. Como nos filmes, a simpatia imediata recai adivinhem sobre quem...

Bolsonaro não sabe, por sorte dele neste caso, posar de "gente fina intelectual". É o extremo oposto de Freixo, por exemplo. Freixo usa as palavras certas, diz o que este pessoal descolado quer ouvir, tem o 'timing' perfeito do Baixo Gávea. É o sniper de corações do politicamente correto. Do anel preto com seus simbolismos até a barba por fazer, Freixo vive para agradar, bajular e ser endeusado pelos jornalistas. É um bibelô ambulante. É o que, às vezes, o PSDB consegue ser com expressões como: "quadros", ao invés de dizer "pessoas".

Bolsonaro, cercado por diversos deste tipo saiu-se bem. Por mérito próprio, claro, pois o enfrentamento a este comportamento petulante precisa ser ativo e altivo, mas também por total incompetência de seus entrevistadores. Cada qual pior que outro. Sem a menor conexão com o mundo real, os jornalistas pareciam querer jogar xadrez num campo de futebol.

É curioso que as munições usadas para a artilharia são as mesmas: racismo, homofobia, xenofobia, machismo, etc. No mundo paralelo das redações inteligentes, faz todo sentido inquirir "Aquele que não pode ser nomeado", como Manuela D'Ávila diz, sobre estes temas. Para a população real, o telespectador e potencial eleitor de Bolsonaro, não cola mais. Não apenas não cola como leva o não convertido para os braços do candidato.

O lado negro do comportamento destes paladinos da justiça é que Lula, quando machista, xenófobo, racista e similares, e de fato, não apenas é ignorado, como glorificado. Estes tipos lamberiam o chão da cela gourmet de Lula, se pudessem, então o horror ao convidado trapalhão não é por suas vestes e comportamento, mas por, como sempre, não ser da patota de esquerda.

Ao mergulharem nos anos do governo militar, o vexame torna-se completo. Com menos de 24 anos, eu era obcecado pelo assunto, lendo do mencionado "Verdade Sufocada", do Ustra, até o "Brasil: Nunca mais". Com o adendo de que este país é tão maluco, que o primeiro é muito, mas muito mesmo, melhor escrito que o segundo, escrito, supostamente, por pessoas letradas. Mas isso fica para outro texto. Ao submergirem para os anos de Guerra Fria, os jornalistas pareciam ter feito pesquisas em resumos comprados para estudantes passarem de ano com média 6,1.

E o ápice, triste, foi a citação do âncora do programa, da Wikipedia. Não precisa ler livro de 1000 páginas para se preparar, mas citar Wikipedia é desonrar o posto, as palavras e todos grandes jornalistas que passaram por este país. A parte da jornalista da Folha, que parecia estar com medo de perguntar qualquer coisa, falando de armas de fogo, me deu pena. Eu, fervoroso defensor do direito à defesa, não senti raiva. Realmente senti pena da ignorância. Até Bernardo M. Franco, do O Globo, citar Jesus Cristo, para, aí sim, exemplificar o desespero da imprensa em pintar o candidato como um monstro, um leviatã. Esquecem-se que a verdadeira aberração encontra-se presa em Curitiba, com direito a showmício no último fim de semana, e ao TSE podendo soltar a fera para a arena eleitoral, em breve.

Bolsonaro, como candidato, melhorou. Está mais calmo. Consegue se conter, mesmo em momentos onde é provocado ao extremo. Se mantiver a calma, ironizar mais os ditos intelectuais, e praticamente não fizer nada de absurdo, pode já ir escrevendo uma carta de próprio punho agradecendo à imprensa um eventual mandato de 4 anos à frente do Brasil.

da Redação Ler comentários e comentar