Tuiteira de esquerda denuncia o "fake-PT"

27/08/2018 às 06:53 Ler na área do assinante

A denunciante é ativista de esquerda e conhecida nas redes sociais. Paula Holanda.

Em troca de dinheiro ela teria que escrever tuítes favoráveis a Gleisi e a Luiz Marinho, candidato a governador do PT em São Paulo.

Deu nome aos bois: Foi contratada pela agência Lajoy.

Não aceitou um serviço para beneficiar um terceiro petista, o governador do Piauí Wellington Dias.

"Não tenho nenhuma ligação com o Piauí e não o conheço. Pesquisei rapidamente e pela opinião pública da esquerda, ele aparentemente não foi um bom governador. Li que ele sucateou e militarizou a educação e silenciou mulheres”, afirmou Paula.

O jornal Folha de S. Paulo, que denunciou o caso, fez contato com a agência Lajoy, que confirmou ter sido contratada para o serviço por uma outra agência, a Be Connected.

Quando se chega a agência Be Connected tudo faz sentido. O proprietário é membro do PT e assessor de um deputado federal petista.

A denúncia:

“Tenho algo muito importante para falar. quero deixar claro que vou expor essa situação depois de muita tentativa de diálogo, o que não aconteceu.
E dizer que desprezo tudo o que está envolvido com a direita brasileira, antes que organizações partidárias usem isso ao seu favor.
Quem me segue aqui sabe que não sou e nem nunca fui partidária. Eu sou antifascista, defensora dos direitos humanos e das liberdades individuais.
Não tenho meu pensamento engessado por partidos e ideologias. Posso não ser a pessoa mais coerente, mas sou coerente ao que acredito.
Eu nunca na vida fui paga para produzir conteúdo nas minhas redes sociais pessoais. eu nunca trabalhei como “influencer” e nem nunca fiz questão. Há três dias, recebi a minha primeira proposta.
Pensei “ok, legal, eu acredito na esquerda e nos direitos humanos, então por quê não?”
Muitos ativistas das redes estão participando dessa ação. No twitter, a proposta era criar um tweet por dia, se alinhado à uma pauta específica que nos enviavam por e-mail.
Reforçando que o que nos foi passado é que seria uma campanha de esquerda, e não uma campanha partidária.
Reforçando aqui também que a Isabella, que me passou o e-mail da proposta, não está envolvida diretamente com o caso.
Ela só estava ali como contratada, assim como eu. A principal envolvida é a agência lajoy.
A primeira pauta foi sobre a Gleisi Hoffman. Acompanhei o caso da Gleisi e ele ilustra bem a perseguição partidária, bem como a prisão do lula, que foi sim de cunho político.
Me pareceu uma pauta muito justa, então eu fiz o tweet sem resistência.
A segunda pauta foi sobre o Luiz Marinho. Parte da minha família mora em são paulo e eu viajo com certa frequência para lá, então a agenda paulista me interessa.
Eu conheço o plano do Marinho e sou anti-dória desde sua gestão como prefeito. twittei.
Eu comecei a ficar desconfiada pois as duas primeiras pautas eram sobre petistas.
Minha desconfiança explodiu hoje, na terceira pauta, sobre o governador petista do piauí Wellington Dias.
O combinado foi manter sigilo sobre a ação. mas o combinado também foi que a ação seria de esquerda, não uma ação partidária.
Então eu posso falar sobre toda a situação aqui, até porque eu não assinei nenhum contrato. repito que não foi por falta de tentativa de diálogo.
Eu me recusei a twittar sobre o Wellington Dias. Não tenho nenhuma ligação com o piauí e não o conheço.
Pesquisei rapidamente e pela opinião pública da esquerda, e ele aparentemente não foi um bom governador. Li que ele sucateou e militarizou a educação e silenciou mulheres.
Eu tenho meus princípios. Eu nunca vou falar sobre o que eu não acredito.
Eu nunca vou aceitar receber dinheiro para fazer ou opinar algo que não acredito. Quem me segue aqui e me conhece sabe que nem sempre tomo as melhores atitudes, mas sou fiel aos meus posicionamentos.
Foi a terceira pauta sobre um político petista e já nos encaminharam uma quarta, também sobre um político petista.
Algumas pessoas da equipe começaram a ficar incomodadas sobre a ação (mais por conta de “haters” de direta) e eu trouxe isso à tona para o grupo.
O que me deixou verdadeiramente irritada, além de um descumprimento com a proposta (ser de esquerda, e não necessariamente partidária) foi o silenciamento. Fui expulsa do grupo da ação por me posicionar — e eu me posicionei educadamente, a fim de promover diálogo e discussão.
Eles disseram que o grupo seria restrito para discutir as pautas, e que não faria sentido eu continuar nele se “eu não queria continuar na ação”.
Mas em momento nenhum pedi para sair. Em momento nenhum eles me perguntaram se eu queria continuar. Queria dialogar e fui silenciada.
Uma das responsáveis pela ação, que foi também a responsável pela minha remoção do grupo, veio falar comigo no privado.
Ela tentou me convencer que não foi silenciamento, mas tipo assim, eu não sou burra. Só um adendo, tudo o que estou dizendo é ponto de vista. Segue o diálogo.
Eu pedi para sair principalmente porque, repito, não sou partidária. Sou apegada aos meus valores, à ética.
O silenciamento só reforçou que essa ação fedia. Não quero defender candidatos petistas cegamente, até porque tenho muitas divergências quanto ao governo de rui costa na Bahia.
Repetindo aqui. a thread não é contra a esquerda. Não é contra governos petistas. Lula é o melhor presidente que o brasil já teve e vou votar nele, apesar de ter minhas ressalvas.
A thread é contra a falta de honestidade de agências de comunicação e de influenciadores digitais”
da Redação
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