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Nota sobre a verificação de fatos realizada pela Agência Lupa

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A agência de verificação de fatos, Lupa, publicou nesta segunda-feira, 27 de agosto, um artigo em que esmiúça diversos pontos de um texto reproduzido pelo Jornal da Cidade Online. O texto em questão foi extraído e reproduzido sem alterações do perfil da usuária do Facebook, Daniele Custódio, de Roraima, e pode ser conferido aqui.

Como tal, escrito por uma pessoa que vive o dia-a-dia da situação culminante do debacle anunciado do socialismo venezuelano, é previsível que o texto não se agarre ao mais primoroso rigor científico. Daí, classificar como “EXAGERADA” a afirmação de que “Pacaraima não tinha um homicídio há três anos” porque, na verdade, “Pacaraima registrou três homicídios em 2014, um em 2015 e nenhum em 2016” parece, sim, um exagero.

Outra contestação foi feita em relação ao percentual de partos de venezuelanos. A agência classificou como FALSA a informação de que “40% dos partos na maternidade [Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré] são de bebês filhos de imigrantes”. A agência novamente ignora o caráter informal e de indignação do texto, que escancara a percepção dos moradores da situação em questão. Se utilizados os dados apresentados pela própria agência, é possível perceber que apenas de janeiro a junho de 2018 foram realizados mais partos de imigrantes do que em todo o ano de 2017, tendo o número de atendimentos saltado de 6% para 11% em um semestre, o que representa um aumento de quase 100%. Portanto, não parece nada imprudente inferir que este número ultrapasse os 20% até o final de 2018. Esta informação poderia, sim, ter sido classificada como exagerada, mas nem de longe como FALSA. ALém disso, como a própria agência coloca, os números para 2018 não estão disponíveis, o que impossibilita qualquer afirmação categorica de que a autora não possa ter experienciado a situação descrita.

A Lupa também classificou como EXAGERADA a afirmação de que médicas plantonistas foram agredidas por venezuelanos porque o hospital não ficou desassistido com a saída das profissionais para a realização do boletim de ocorrência e não foram registrados óbitos de bebês na noite do ocorrido. Novamente, dada a origem do texto, é provável que autora tenha equivocadamente adicionado um boato local à informação original, o que de forma alguma ameniza a gravidade da situação em questão. Afinal, houve a agressão.

A agência Lupa afirmou ter entrado em contato com o Jornal da Cidade Online e não obtido resposta, tentando passar a impressão de que este veículo esquiva-se de prestar esclarecimento. Nada mais falso. Soubemos do e-mail enviado pela agência através apenas da leitura das contestações. Ao verificarmos o email em questão, encontramos o contato apenas na caixa de spam, enviado hoje às 11:49. Pouco mais de 3 horas depois, sem qualquer outra tentativa de contato, apesar de nossos telefones e números de WhatsApp estarem claramente disponíveis em nosso site, as contestações foram publicadas.

Reiteramos o compromisso do Jornal da Cidade Online com sua tradição jornalística de 40 anos e sua missão de levar aos leitores informações ignoradas ou omitidas pelos veículos tradicionais da grande mídia. Também reforçamos estarmos permanentemente à disposição para qualquer esclarecimento sobre os conteúdos produzidos ou divulgados pelo Jornal da Cidade Online.

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