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A semana é decisiva sobre o impeachment de Dilma. Governo e oposição articulam nos bastidores

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As articulações pelo impeachment da presidente da República estão avançadas. Nos bastidores já existe uma intensa movimentação e durante o decorrer desta semana os deputados devem começar a tratar formalmente do processo de afastamento de Dilma Rousseff.

Deputados de oposição devem apresentar requerimentos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que se posicione sobre os 13 pedidos de impeachment existentes na Casa. Cunha, inimigo declarado do governo, numa jogada previamente combinada, vai rejeitar as solicitações. Na sequência, os inimigos do Planalto apresentam recursos questionando a posição do peemedebista. Com isso, o impasse precisaria ser submetido ao plenário. Se aprovado por maioria simples (257 votos), o processo é deflagrado.

Diante da situação, o Palácio do Planalto montou uma força-tarefa voltada a impedir o avanço dos adversários no Congresso. 

O pente-­fino liderado pelo Planalto no Congresso buscará identificar defecções na base aliada, pressionar deputados e assegurar o número de votos para barrar um processo e para aprovar novas medidas de ajuste fiscal. O mapeamento do governo mostra possíveis votos pró-Dilma na oposição. Foram detectados quatro deputados no Solidariedade que não apoiariam o impeachment. Haveria defecções também no DEM.

Já a cúpula das siglas de oposição vão abordar Cunha com questões de ordem. A partir daí, o presidente da Câmara terá de informar como será a tramitação dos processos, bem como prazos para recursos e parlamentares autorizados a promovê-los. Se as questões de ordem forem submetidas ainda nesta terça-feira (15), como é a intenção, o comando da Câmara deve demorar uma semana para apreciá-las.

As denúncias contra Dilma começaram a entrar na Câmara em fevereiro. Em geral, quando há falhas na documentação, como não ter firma reconhecida ou o denunciante não mostrar provas ou indicar onde encontrá-las, elas são encaminhas para o arquivamento. Em julho, a cúpula da Casa optou por notificar os autores de alguns pedidos solicitando que corrigissem os erros. A prática é considerada inusual.

Na hipótese de Dilma ser derrotada em plenário por um recurso contra o arquivamento de um pedido de impeachment, Cunha criaria, então, uma comissão especial com a participação dos 28 partidos com representação na Casa.

Na etapa seguinte, a presidente seria notificada sobre o processo e teria 10 sessões para apresentar a sua defesa. Segundo cálculos internos, um processo como este demoraria um mês de tramitação. Só então seria possível saber se a denúncia seguiria adiante, devendo, ainda, passar pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado, que executaria o julgamento em si.

A semana efetivamente é decisiva.

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