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Não foi grave o que fizeram com Bolsonaro. Grave é o que o Brasil fez com o PT

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Não, não foi grave aquilo que aconteceu com Bolsonaro, foi gravíssimo, mas o entendimento daquilo que é ou não é grave, ou daquilo que é “gravíssimo” como eu acabo de escrever, depende do que se pensa, do que se entende ou não como normal na vida política ANTES dos fatos.

O Brasil JAMAIS conseguiu entender corretamente o que são o PT, PSOL e PC do B – o senso comum é de que são “partidos políticos brasileiros” e, até aí, a corrupção é o denominador comum entre todos eles. A crítica termina nisso. Daí o choque da Nação com relação àquilo que um terrorista da esquerda fez ontem, com as publicações no Facebook comemorando, com as tentativas da Globo de dizer que foi ato isolado de um “doente mental”.

Grave, portanto, por incrível que pareça, é aquilo que o Brasil fez com o PT ao construir dele uma imagem de “mais um partido político”. Grave é a EXISTÊNCIA do PT, do PSOL e PC do B! Grave é Lula no horário eleitoral. Grave, terrivelmente grave, é achar que isso "faz parte da Democracia" porque se "o PT faz parte da Democracia", esfaquear Bolsonaro também pode fazer.

Não tem o nosso país a noção clara de ato terrorista nem de violência política. Há um monopólio do discurso da violência política por parte da esquerda. Só existe violência política CONTRA a esquerda; nunca a violência praticada por ela.

Quando a Esquerda pratica a violência política ela chama seus atos de “luta em defesa das conquistas sociais”. Como não há, numa primeira avaliação, como dizer que é uma “conquista social” matar Bolsonaro, ela apresenta a violência política, na verdade um ato de terror, como fato isolado, como atitude de um doente mental.

Se acuada, se confrontada de maneira que não possa escapar, vai ainda dizer que a sua é uma violência revolucionária. Ela vai buscar em Georges Sorel, em Regis Debray, em Francis Fanon as suas explicações. Não há um Deus para julgá-la, uma moral para impedi-la ou um Reino do Céu, uma outra realidade além desta aqui, em que ela possa “ser feliz”.

A Esquerda Brasileira tentou matar Bolsonaro, não conseguiu e, se puder, vai tentar outra vez. É um marginal, um bandido da imprensa como Reinaldo Azevedo, qualquer um que diz que isso é “politizar” o fato para lucrar do ponto de vista eleitoral. Não há nada a ser “politizado”; é política, ou melhor, violência política em estado puro.

Politizar um crime com interesse eleitoral é afirmar para todo planeta que uma homossexual filiada a uma Organização Criminosa Assassina que incendeia museus, esfaqueia pessoas e estava envolvida com todo tipo de bandido do RJ foi morta por “questões políticas” - mais grave ainda é tomar isso como verdade “a priori” sem querer, sequer, concluir a investigação. Não: no caso dela o crime é necessariamente “político” porque a falecida tinha vida política-partidária na Esquerda (por sinal insignificante para Nação).

Criar confusão, desinformar, é dizer que “tentar matar Bolsonaro só prejudicaria a esquerda nas urnas” - como se as urnas fossem a única opção para chegar ao poder no entendimento da esquerda, como se a “Esquerda Revolucionária” estivesse morta, como se fosse coisa “dos livros”.

Existe um estreito limite entre "evitar a apologia do ódio" e a covardia, a omissão capaz de condenar todo um povo à MORTE - veja-se aquilo que aconteceu com o povo judeu na Alemanha Nazista. Nós NÃO lidamos com uma "força democrática" e eles não são nossos "adversários". São inimigos MORTAIS.

A obrigação da Sociedade Brasileira para consigo mesma é responder de forma ESMAGADORA àquilo que aconteceu porque não se aplica ao Brasil a noção de “resistência pacífica” e da “não violência” - o Brasil não é a Índia; o PT, PSOL e PC do B não são ingleses e Bolsonaro não é Mahatma Gandhi.

A violência política é, por definição, o fim da própria política e ela surge num Brasil que insiste, com todas as suas forças, em mudar o projeto de Poder em vigor através do sufrágio universal e da representatividade nas urnas como se isso, por si mesmo, fosse a definição de “Democracia”.

É a crença nessa “democracia” que leva o Brasil a tentar disputar “democraticamente” uma eleição com uma força NÃO democrática, uma força que não pode ser “derrotada”...uma força que só pode ser, como alguém já o disse, DESTRUÍDA.

A revolução, assim dizia Mao Zedong, não é o convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado, ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pelo qual uma classe derruba a outra.

Todo mundo pensa que citar Mao para explicar o que aconteceu ontem em Juiz de Fora é diletantismo, pieguice, exibição pura de conhecimento histórico sem sentido algum, que não pode nos explicar nada, nos fornecer lição alguma.

Uma facada no abdômem e trinta dias dentro de um hospital em São Paulo vão fazer o Brasil pensar melhor.

Foto de Milton Pires

Milton Pires

Médico cardiologista em Porto Alegre

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