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O relato fidedigno da largada para a tentativa de um novo estelionato eleitoral direto da PF em Curitiba

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Segunda-feira, 10 de setembro de 2018, em uma das celas da Polícia Federal de Curitiba...

L - Companheiros, chegou o dia mais triste pra mim. Tenho que passar o bastão.

H - Presidente, eu não sei se consigo. Eu não tenho o seu carisma.

L - Não se preocupe companheiro H, o nosso povo vota até em jegue se eu mandar.

D - Companheiros, desculpem o atraso. O banheiro estava sem papel.

L - Taí a prova companheiro.

D - Não entendi. Perdi alguma coisa? Tava naquele papel? Valdeci, cadê o papel?

L - Não companheira D, não perdeu nada. Só continua tentando decorar o que tá no papel.

H - Presidente, sei que o senhor já fez isso antes, mas eu não consegui nem ser reeleito com o seu apoio.

L - É verdade, companheiro H, mas o Brasil da companheira D tava uma porcaria naquele ano.

D - Meu Brasil? Não tô conseguindo anotar. Isso já tá no papel? Valdeci?

H - Mas o Brasil ainda tá uma droga, presidente.

L - Mas agora a gente pode falar que a culpa é do companheiro T.

H - E as pessoas vão acreditar?

L - Companheiro, você não escutou que o povo vota até em jegue?

D - Valdeci, cadê o papel?

H - Mas o senhor se identifica com o povo, presidente. O senhor veio de uma família pobre do interior do Nordeste.

L - Você também companheiro H.

H - Eu, presidente? Sempre fui de classe média. Nasci na capital.

L - Esquece isso, companheiro. Você nasceu pobre, estudou a vida toda em escola pública e só vai em médico do SUS, de preferência cubano.

H - Presidente, ninguém vai acreditar nisso. Só estudei em escola particular, tenho plano de saúde vitalício e internacional.

L - Companheiro H, não seja bobo, o povo vota até em jeg...

D - Valdeci? O papel, Valdeci.

H - O senhor está certo como sempre, presidente. Aliás, tenho algumas sugestões para o nosso programa de governo que eu queria passar pro senhor.

L - Companheiro H, vamos deixar uma coisa bem clara aqui. As propostas são minhas, o governo é meu, você vai lá e só repete o que eu mandar.

H - Mas, presidente, e se eles me perguntarem alguma coisa que eu não saiba?

L - Fala que vai me consultar, é claro!

H - Mas isso não vai dar a impressão de que eu sou só um poste?

L - Hahahaha. Companheiro H, todo mundo já sabe que você é só um poste!

H - Que povo iria votar em um poste que não sabe nada? Que não tem nenhuma opinião própria?

L - O mesmo povo que vota até em j...

D - Valdeci, é a última vez que eu falo, cadê a porra do papel???

H - Obrigado, presidente, estou bem mais confiante. Pode fazer o anúncio da minha candidatura.

L - Mais minha do que sua, companheiro H, mais minha do que sua. Agora, onde está a companheira M, a nossa vice?

H - Ela aproveitou que a campanha ainda não tinha começado e foi pra Nova York fazer umas comprinhas.

L - Fala com o povo que ela foi na ONU pra me defender, defender o Brasil e defender a democracia da Venezuela.

H - Presidente, o povo não vai acreditar nisso!

L - Companheiro H, tenho que te lembrar toda hora em quem o povo vota se eu mandar?

D - Valdeci!!! Cadê o papel???

(Texto de Fernando Augusto Viegas, de Belo Horizonte-MG)

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