“Até quando” tanto “Tempo Perdido”, ministro Toffoli?

18/09/2018 às 06:06 Ler na área do assinante

E dizer que o senhor admira a música “Tempo Perdido”, criada em 1986, por Renato Russo, que, aliás, foi mencionado no seu discurso de posse, como presidente do STF, ministro!

E dizer, também, que os versos dele pedem reflexão sobre “a passagem inevitável do tempo e da condição efêmera da vida”! Isto é, “sempre podemos mudar nossas prioridades, nossos modos de viver”, e “devemos nos dedicar ao que realmente é importante para nós”.

Perguntamos então: O que foi feito de José Antonio Dias Toffoli, que fez parte da geração desse compositor, e ainda se inspira nele? O que foi feito dos seus sonhos que deveriam ser, hoje, suas “absolutas prioridades” na Suprema Corte deste país? Será que esse homem se perdeu de si mesmo e do que acreditava?

O que está reservado ao “Toffoli atual”, já que “o tempo não para”, como diz o título da música de Cazuza, também mencionado pelo senhor, e que traz este alerta oportuno: “Disparo contra o sol / Sou forte, sou por acaso / Minha metralhadora cheia de mágoas / Eu sou um cara cansado de correr / Na direção contrária...”

Não seria o caso, portanto, de assumir o seu novo cargo, “superando temores e ressentimentos”, “seguindo na direção certa” e fazendo valer o que o senhor mesmo afirmou? “Não podemos ficar presos ao passado. Não podemos deixar o medo e o ódio entrar em nossas vidas”.

E nem pense em repetir que o “O Brasil não está em crise, mas em transformação”. Até porque o que estamos vivendo é “assustadoramente doloroso, inevitavelmente transformador”, e nos faz ver, assim como na imagem poética de Renato Russo, que “o futuro já não é mais como era antigamente”.

Sabe o que isso significa, ministro? Que todos, nós, sem exceção, - brasileiros e mortais, “supremos” ou não, “poderosos” ou não, - temos uma missão a cumprir, com profunda consciência, neste Brasil.

E “não adianta olhar pro chão / Virar a cara pra não ver”, como diz Gabriel, o Pensador, na música “Até quando?”, lançada originalmente, em 2001, no álbum “Seja Você Mesmo (mas não Seja sempre o Mesmo).

E então, Ministro? “Até quando” o senhor vai continuar sendo esse “mesmíssimo, previsível e inaceitável Toffoli”, que escolheu ser, e, decididamente, não nos representa, como deveria?

“Até quando” vai resistir em mudar e revelar uma bem mais aprimorada e justa “versão de si mesmo”?

“Até quando” vai continuar nos causando tanta indignação, enquanto testemunhamos, - nos Três Poderes, e muito particularmente nesse Supremo, – afronta após afronta?

“Até quando”, enfim, ministro, vai deixar de viver “o que realmente importa”, - por sua própria culpa, - acumulando e nos fazendo experimentar tanto “tempo perdido”?

L. Oliver

Redatora e escritora, com diversos prêmios literários, e autora de projetos de conscientização para o aumento da qualidade das sociedades brasileira e global. Participa do grupo Empresários Associados Brasil, que identifica empresas e profissionais em busca da excelência em produtos e serviços no país e no Exterior. Criou e administra o grupo “Você tem poder para mudar o Brasil e o mundo”, de incentivo à população no combate à corrupção. https://www.facebook.com/groups/1639067269500775/?ref=aymt_homepage_panel

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