A Folha e toda a grande mídia não suportam terem sido esmagadas pelas redes sociais

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Os grandes jornais e revistas do Brasil, tiveram sua época de ouro.

Prestaram grandes serviços ao país. Merecem respeito. Porém, como “não há mal que dure sempre, e não há bem que não se acabe”, o tempo dessas mídias impressas acabou.

O que elas publicam amanhã, já foi ao domínio público ontem.

As “verdades” editoriais já não impactam mais, nem formam a opinião pública.

São veículos analógicos na era digital. Ficaram jurássicos.

Não conseguiram se adequar ao tempo das relações líquidas antecipadas pelo filósofo deste século, Zygmunt Bauman.

Foram substituídas pelas mídias sociais, que transmitem a informação quase na velocidade do pensamento.

Mas ainda se batem, tentando sobreviver, como um peixe fora d’água.

Assim como as grandes indústrias da fotografia ficaram obsoletas sem perceber, da noite para o dia, também a mídia tradicional, já era. Isso é de tudo bom? Não sei! Mas é o novo comportamento. A nova realidade. E não é fato imaginário. E é irreversível!

Entretanto há uma liberdade atrás disso tudo. E não há mais necessidade que outros interpretem o fato que eu vejo para mim. Eu vejo? Eu leio? Eu interpreto!

E esse não é só um fenômeno brasileiro. O mesmo está ocorrendo no mundo todo. Não só na política, mas em outros segmentos como nos esportes, por exemplo.

No Brasil a percepção total desse fenômeno se deu nestas eleições. Na velocidade da luz.

Quem não tinha tempo de TV conseguiu uma astronômica capilaridade dos seus movimentos.

Quem apostou nas mídias tradicionais, empacou próximo do traço.

Os veículos clássicos tentam sobreviver. Se batem. Lutam para se defender. É legítimo. E chegam a pregar de modo nem sempre subliminar, a censura das mídias sociais em nome das “fakes news”.

Incentivam os ataques às mídias sociais, sugerindo que estas interferem na democracia.

Deselegância pura! Chega a ser cômico em algumas situações.

Inegavelmente as redações dos grandes veículos estão tomadas pela cultura da esquerda (ou pelo interesse econômico - que é tão ruim quanto) que em nome da liberdade de imprensa, raríssimas vezes foram confrontadas.

E pelo poder da informação, se punham acima do bem e do mal, como se fossem detentores da primazia da verdade. Os portadores da voz da razão. Saiu na grande mídia? Então era (pus o verbo no passado) verdade!

Esse tempo já era... Se tem um ambiente onde a democracia direta, verdadeira e pulverizada está socializada, é nas mídias sociais. Com as benesses e com as mazelas.

Cada um de nós pode ser um repórter, e “dar um grande furo” a cada momento. De graça, sem custos, sem estrutura e sem verbas de publicidade.

O novo pegou os jornalistas de calças curtas. As agências de publicidade, também! Os “marketeiros políticos” que o digam. Viraram profissões em extinção.

Os jornais (e as TVs) já não induzem e já não formam mais opinião. Já não intimidam e nem comandam mais.

Uma “live” ou um artigo aqui no facebook pode ter mais visualizações que uma nota ou uma matéria do melhor articulista do maior jornal.

E essa devastação do monopólio da informação está aterrorizando os grandes veículos impressos que caminham para um único cenário: minguar! Agonizam. E berram tal qual bode embarcado.

E o berreiro? Ahh... o berreiro é livre!

Foto de Luiz Carlos Nemetz

Luiz Carlos Nemetz

Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz

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