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Trump segue intocável e grande imprensa americana já põe a língua de fora...

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Eleições americanas. Longe de ser qualquer coisa a mais que um mero espectador estrangeiro, assisti nos últimos dias, em Nova York e arredores, às eleições americanas de “meio de mandato”.

Nas ruas mal se notava o processo eleitoral, não fossem discretas plaquinhas nas entradas dos condomínios e numa ou outra esquina.

A campanha se deu em grandes comícios realizados em distritos eleitorais importantes (bem diferentes dos nossos).

O grande debate ocorreu intensamente nas mídias sociais. Sobretudo o Facebook e Twitter.

Uma mudança radical de comportamento, a exemplo do que vimos nas últimas eleições no Brasil.

Nas mídias tradicionais (grandes redes de TV e poderosos jornais) um alvoroço de comentaristas, mas a exemplo do que vimos no Brasil nos dois últimos meses, com sensível e perceptível perda do poder de formar opinião.

A mídia tradicional está em total descrédito.

As eleições definiram 36 dos 50 Governos dos Estados, 35 Senadores (1/3 do Senado) e 435 Deputados Federais.

O sistema político americano é dominado por dois partidos: Democratas e Republicanos (Partido do Presidente Donald Trump).

Os Democratas retomaram a maioria na Câmara dos Deputados (223X199), após 8 anos. Mas o Senado segue tendo a maioria dos Republicanos (51X46). Os resultados ainda são parciais.

Apesar de sofrer um maciço, contundente, histórico e constante ataque da esmagadora maioria da mídia (na sua maioria de tendência Democrata), e de ter perdido a maioria na Câmara dos Deputados, o resultado das eleições não deve causar grandes impactos na governabilidade, apesar de tornar possível obstruções nos avanços legislativos.

É de ser considerado, que os republicanos ganharam a maioria das disputas nos governos estaduais e aumentaram a diferença que já tinham no Senado.

A sensação clara que se tem nas ruas, e conversando com as pessoas, é que o povo americano (e os estrangeiros que aqui residem), na sua maioria apoiam e estão satisfeitos com o governo Trump.

Isso porque estou em Nova York e arredores (região tradicionalmente Democrata).

O que é inegável é que a América vive um grande momento econômico. É visível a olho nu o pleno emprego e o aquecimento da economia. Lojas, restaurantes, estações, hotéis, shows e mercados abarrotados de gente. Construção civil em plena atividade, com inúmeros lançamentos. Consumo e os preços em alta. Sinal claro que a vida dos americanos vai bem.

Estive aqui várias vezes, em anos atrás - e mesmo em plena crise. É nítida e gigantesca a diferença.

O estilo de Trump é pesado. Ele segue enfrentando e não dando a mínima para a imprensa que começa a dar sinais de esgotamento e de acusar o golpe da perda de poder e de receitas financeiras vindas do poder público.

Há uma queda de braço, verdadeira guerra entre a instituição “Presidência” e os grandes conglomerados de comunicação. E Trump segue intocável.

Seu governo, pelo menos internamente, está fazendo jus ao seu mantra: “América first!” (América em primeiro lugar).

Pode-se não gostar de Trump, mas os resultados do seu governo, até aqui, não são notícias “fakes”.

Foto de Luiz Carlos Nemetz

Luiz Carlos Nemetz

Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz

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