Sem perder a ternura jamais

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Um amigo me questionou hoje cedo se estou trabalhando para o Bernal, e com minha negativa, disse que não devia comentar nada, nem mencionar o nome dele, ou me envolver em debate político, porque, em sua opinião, políticos são todos iguais.

Realmente ele tem razão em um aspecto: em sua maioria, os políticos são iguais. Ao que vejo, muitos são dotados de dupla personalidade e de um egocentrismo fora do comum. Antes da eleição é só atenção e ouvidos, depois da eleição, quando já conseguiu o que queria, aflora a outra personalidade: mesquinha, arrogante e super-ego.

Mas, meus comentários em redes sociais, ou artigos que já escrevi, é um mero desabafo, ou uma forma de enxergar o mundo, independente de político A ou B, e, sempre que acredito que algo está errado, não fico calado, exerço meu direito de cidadão de criticar. Aliás, é o que a maioria deveria fazer, pois, desde as manifestações de 2013 que o país vem mudando rapidamente, sem aquela opinião manipulada pela mídia, e sem o cabresto de achar que alguém é “dependente” do político, ficando a mercê de sua opinião. Isto está mudando!

Penso que posso escrever sobre auto-ajuda, ou sobre futebol, ou então sobre assunto jurídico, apesar de achar um saco assuntos jurídicos, me lembrando da velha máxima, a mais hipócrita de todas, que é aquela do advogado que fala: “nunca perdi uma causa!” Me fazendo recordar uma passagem em minha vida.

Quando comecei a estagiar, tive a felicidade e a sorte de poucos, de ser acolhido no escritório do Dr. Leão Neto do Carmo, que tinha como sócios o seu filho Dr. Wagner Leão e o advogado tributarista em início de carreira Dr. Vladimir Rossi. Os três foram grandes mestres no meu alicerce da advocacia, abrindo minha cabeça que o mundo jurídico não era só uma área e sim todas, e que, o jurista tem que ao menos ter noção de todas as áreas, e todas áreas se interligam.

Pois bem, Dr. Leão, que ao tomar posse como magistrado com 23 anos, um dos casos raros no Brasil, foi designado para a Comarca de Miranda, antigo Mato Grosso, e lá chegando, quem o recebeu foi o meu tio Guilherme Maidana, então prefeito na cidade. Segundo Dr. Leão, o meu tio lhe arrumou casa e lhe deu toda a assistência para que exercesse seu cargo na cidade, e, disto, criou-se uma amizade entre o estagiário e mestre, por obra do passado.

Ao começar o estágio Dr. Leão me perguntou se minha opção no direito era a magistratura, o Ministério Público ou advocacia, e eu lhe disse que minha pretensão era advogar, então me falou: “Olha, vou lhe dar um conselho. Nunca acredite em quem diz que “nunca perdeu uma causa”, pois, tem causas que é impossível ganhar. Quem diz que nunca perdeu uma causa é quem nunca advogou.” Esta mensagem sempre me vem a cabeça quando deparo com certos processos impossíveis de ganhar, então penso: foi muita gentileza Dr. Leão ter me dado aquela aula de auto-ajuda no começo da minha vida forense.

Então, a vida é assim, em uma simples conversa, muitas vezes estamos dando uma “auto-ajuda” ou ajudando a alguém em encontrar as palavras, encontrar o pensamento adequado ao dia-a-dia ou ao conhecimento do que ocorre em nossa cidade, estado ou país e isto sem dúvida fará desta pessoa um cidadão consciente, que exercerá posteriormente sua cidadania plena.

Nosso país é carente de pessoas que falam ou apontam caminhos para o exercício pleno da cidadania, pois, em sua maioria as pessoas procuram “se dar bem” e não olham a ilha de miséria a sua volta, ou se conformam com o mundo do jeito que está, porém, na minha opinião, eu e você somos os arquitetos do futuro, e se não quero que no futuro as mesmas notícias dos dias atuais me sejam repetidas quando estiver sentado a frente da TV, quero dizer aos meus netos: saiam do vídeo game e vá para as ruas, escrevam, gritem, protestem, coloque sua indignação para fora, mas lutem, pois muitos da minha geração não lutaram e tudo ficou igual, e eles ainda estão com a mesma “cara de tacho”.

Então lute, mesmo que seja uma simples conversa de buteco...

Sergio Maidana

Advogado em Campo Grande-MS

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da Redação Ler comentários e comentar