Briga feia entre o presidente do STJ e jornalista da Revista Crusoé

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O caldo entornou entre o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio Noronha e o jornalista Eduardo Barreto, da revista Crusoé.

O ministro compareceu para um jantar em homenagem a Eduardo Ferrão, advogado de José Sarney e Renan Calheiros, na casa de Roberto Rosas, advogado que atua em causas bilionárias nos tribunais superiores.

Eduardo Barreto indagou o ministro sobre o seu comparecimento para um jantar na casa de um advogado com causas expressivas no tribunal em que preside.

O ministro não gostou da indagação e a conversa tomou um rumo sinistro.

Leia abaixo um trecho da conversa:

O senhor não vê conflito?

Não é porque ele atua aqui no STJ que eu não posso jantar ou não posso conversar. Eu não julgo nada do Roberto Rosas. Não tenho causa nenhuma do Roberto Rosas. Eu como presidente não tenho… Não estou entendendo você. O que você quer insinuar? Porque eu jantei, estão fazendo lobby, estão corrupção. Meu amigo… Eu tenho caráter, tenho pudor, tenho força, tenho decisão, eu não sou um homem que me vendo a ninguém (…). Eu acho que vocês estão indo além demais, hein? Vocês estão demais. Transparência tem limite, transparência é minha atividade pública, não minha intimidade.

O senhor é presidente do STJ.

Sou, eu sou um homem público e você também, que escreve, tem que dizer quem é você. Você tem que dizer quem financia sua revista, né? Tem uma empresa, que é seu patrocinador (Nota da redação: Crusoé não tem patrocinadores e, como é sabido, não aceita publicidade de qualquer espécie de órgãos públicos ou empresas estatais. A revista tem como fonte de receita a venda de assinaturas). Acho que… Desculpa, eu sou um homem público, decido com clareza e com transparência. Agora, minhas amizades de 30 anos, 40 anos, não acabaram e não vão acaba.

O senhor não vê problema, então?

Nenhum, nenhum. Com quantos jornalistas eu já almocei? E têm causas aqui no STJ, sendo processados por dano moral. E vocês nunca falaram isso? Eu não sei se você… Você não tem nenhuma não, aqui?

Eu não.

Ah, ainda não, né? Ainda não. Então, meu amigo…

Isso é uma ameaça, ministro?

Não, que ameaça, estou dizendo “ainda não”, porque do jeito que você vai você pode… né… você pode… Então vamos fazer o seguinte? Respeita a minha intimidade e eu respeito a sua liberdade de exercer sua profissão.

Fonte: O Antagonista

da Redação Ler comentários e comentar