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O momento presente: Ajuste fiscal, desemprego e recessão

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A realidade é pesarosa, mas os fatos são verdadeiros. O Governo está promovendo um ajuste fiscal com aumento da taxa de juros e cortes nos gastos públicos. O consumo interno caiu. A produção industrial caiu e o desemprego formal caiu. 

Estabelecer relações de causa e efeito entre esses já depende de cada um. 

O Governo e os economistas, considerados ortodoxos, defendem a política econômica do tripé macroeconômico e assumem que o aumento da taxa de juros é necessário para controlar a inflação, ainda que mediante a contenção do consumo interno. Mas confiam que, com a inflação controlada, restabelece-se a confiança na economia e ela volta a se movimentar, sem inflação, com aumento do consumo, da produção e dos investimentos. A demora nos resultados decorreria da crise política, que obstaculiza ou retarda o ajuste fiscal.

E tem agora mais um problema que são os economistas, considerados heterodoxos, que partem dos efeitos finais  (na perspectiva deles) que seria o desemprego, para propor o fim do ajuste fiscal. E a retomada da política da "nova matriz econômica", colocada em prática no primeiro mandato da Presidente Dilma.

Argumentam que a origem da crise é externa, consequência ainda da crise financeira de 2007/08 e que é preciso preservar as conquistas sociais e o emprego. O ajuste fiscal deve ser feito pelo aumento dos impostos sobre os ricos e rentistas e não mediante corte dos gastos sociais.

Mas não tem medidas concretas para a retomada da produção. Apenas a esperança de que mantidos os empregos, os trabalhadores voltem a consumir e com isso "puxem" a produção. A retomada do consumo seria retomada pela ampliação dos mecanismos de financiamento.

Ambas as posições se baseiam no restabelecimento da confiança. Porém de segmentos diferentes. O ortodoxo dos investidores e empresários. Os heterodoxos dos trabalhadores.

Se debatem dentro do mesmo círculo de giz. Ou nos termos modernos dentro da mesma caixa. Para sair da crise não basta falar em criatividade. É preciso sair do círculo de giz. Pensar fora da caixa.

Jorge Hori

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Jorge Hori

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