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Falta responsabilidade empresarial na administração pública

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Os exemplos têm nos mostrado que os políticos são os piores administradores públicos. Se o país fosse administrado pela inciativa privada ou através de práticas empresariais, seríamos uma nação pujante e desenvolvida.

Na iniciativa privada ou empresarial há responsabilidade e preocupação em obter resultado positivo na gestão. Ou a empresa quebra por má administração ou problemas conjunturais do país, assumindo solidariamente os sócios o prejuízo, ou ela é austera – portanto, vitoriosa - no controle de seu caixa e de seus investimentos, o que não ocorre na área pública.

Se no Brasil o gestor público (político) fosse invariavelmente responsabilizado por má administração, os políticos repensariam antes as suas candidaturas ao Executivo.

E a irresponsabilidade do gestor público é tão grande que há políticos que defendem, por exemplo, a atualização da planta de valores do IPTU para resolver problema de caixa das prefeituras, impondo aos munícipes o ônus de arcar com as malversações administrativas.

Mas a luz no fim do túnel começa a acender. Pois bem, o primeiro governador eleito pelo Partido Novo, o empresário Romeu Zema promete administrar Minas Gerais com as melhores práticas da iniciativa privada.

Aqui reproduzo, para reflexão, alguns tópicos da entrevista feita pela revista Veja com o governador eleito de Minas Gerais.

- É preciso levar o senso de urgência típico do setor privado para a administração pública. A população, por sua vez, será informada pelas redes sociais sobre as razões de eventuais fracassos. Entregar resultados como o corte de privilégios e cargos de indicação política é o primeiro passo para o sucesso na renegociação da dívida com a União.

- Minha eleição e, de certa maneira, a de Jair Bolsonaro representam uma reforma política que os políticos não quiseram fazer. A população decidiu fazê-la pelo voto. Temos de rever a quantidade de deputados estaduais e federais. Há o voto distrital, que é necessário para melhorar a representatividade. Precisamos de eleições mais baratas. O eleitor quis dizer: “Prefiro arriscar no que eu não conheço a continuar errando como sempre errei”.

- Para reequilibrar as contas de Minas Gerais, o terceiro estado mais endividado do país, “Tenho um plano baseado em três pontos. O primeiro é uma redução drástica de despesas. Quero servir de exemplo. Só vou receber meu salário quando o pagamento do funcionalismo estiver em dia. Não vou morar no Palácio das Mangabeiras, posso alugar ou comprar uma casa e pagar do meu bolso. Vou reduzir o número de secretarias de 21 para nove e cortar pelo menos 80% dos cargos de indicação política (são cerca de 4000 postos). Vamos rever contratos com fornecedores (...).

O segundo ponto é fazer o estado deixar de ser inimigo de quem trabalha. Queremos atrair empresas e aumentar a arrecadação de impostos com a retomada da atividade, sem elevar a carga tributária.

E o último ponto já está em andamento. Nosso economista é o Gustavo Franco (ex-presidente do Banco Central). Ele já está em contato com o Ministério da Fazenda para renegociar a dívida de Minas Gerais com a União.”.

- Fiquei surpreso ao saber que o Executivo tem uma minifrota aérea, com alguns helicópteros e jatinhos à disposição. Quando tiver de viajar até Brasília, pegarei um voo de carreira. Sempre fiz isso como empresário. (...) as estatais viraram um cabide de emprego.

Com práticas da iniciativa privada e tendo como bandeira a meritocracia, o novo governador eleito de Minas Gerais pretende: (1) gastar menos do que se ganha, senão, no setor privado, a empresa vai à falência; (2) medir o desempenho dos funcionários, para que os bons e os ruis não sejam tratados da mesma forma; (3) não preencher os cargos do secretariado com indicações políticas etc.

Assim, para atrair profissionais qualificados para o seu governo, Romeu Zema informa que “para nossa surpresa, já recebemos 12 000 currículos, muitos de pessoas com um histórico profissional excelente”.

Foto de Júlio César Cardoso

Júlio César Cardoso

Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado. 

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