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O desespero das lideranças e o falecimento de mais uma narrativa do PT

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Depois de a Polícia Federal responder negativamente ao pedido da defesa de Lula para que deixasse a prisão temporariamente a fim de comparecer ao enterro de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena de Lula, confirmou a negativa publicada no início da madrugada desta quarta-feira (30). As lideranças do Partido dos Trabalhadores usaram as redes sociais para protestar contra a decisão das autoridades.

O primeiro dos motivos que levaram as autoridades a negar a decisão está relacionado a questões logísticas. A presença de Lula certamente exigiria um aparato de segurança maior do que seria possível à Polícia Federal oferecer. Em relatório enviado à magistrada, o superintendente da PF no Paraná, delegado Luciano Flores de Lima, apontou a possibilidade da presença de militância em massa ao local. Em comunicado anexado nos autos, o secretário de Segurança Pública paulista, João Camilo Pires dos Santos, havia informado sobre a impossibilidade de garantir a tranquilidade do evento não só para o ex-presidente, como também para as demais pessoas que comparecessem no local.

Em segundo, a Coordenação de Aviação Operacional da PF informou que os helicópteros que não estão em manutenção estão sendo utilizados para apoio aos resgates das vítimas de Brumadinho. O PT informou que disponibilizaria aeronave para o deslocamento de Lula. No entanto, o que prevaleceu na decisão foi a segurança do ex-presidente.

As lideranças do PT, com a decisão em definitivo, partiram para as redes sociais para manifestar o caráter “despótico” da decisão. Na página de Lula houve menção à sua presença no velório de sua mãe, nos tempos do Regime Militar, quando também estava preso:

Gleisi Hoffman, atualmente eleita deputada federal e presidente do PT, culpou até Moro pela negativa:

Lindbergh Farias, ex-senador derrotado nas últimas eleições, também fez menção aos tempos dos militares, mencionando também texto recente da jornalista Mônica Bergamo:

Maria do Rosário, deputada federal do RS, também usou a sua rede para atribuir a Moro o caráter decisório sobre o impedimento:

Na mesma postagem de Maria do Rosário, alguns dos seus seguidores não pouparam críticas à parlamentar, lembrando: que Lula, quando presidente, não foi ao enterro de dois irmãos; que fez do velório da esposa um comício político; e que parasse de atribui a Moro toda e qualquer influência sobre as decisões judiciais. Veja:

O enterro de Vavá estava marcado para hoje (30), às 13h, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Foto de Cesar Augusto Cavazzola Junior

Cesar Augusto Cavazzola Junior

Advogado (OAB/RS 83.859). Mestre em Direito (Unisinos - 2015). Colunista e Editor da Mídia Lócus. Autor dos livros “Manual de Direito Desportivo” (EDIPRO, 2014), “Bacamarte” (Giostri, 2016) e coautor de outras obras jurídicas. Contato: cesar.cavazzola@gmail.com

Integrante da Lócus Online

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