Lula na CUT, espera Dilma sair para discursar e detonar o ajuste fiscal

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A cena foi curiosa, pois, minutos antes, os dois estavam juntos no palanque. Ficou claro que Lula aguardou Dilma deixar o local, para falar e atacar o ajuste fiscal, afirmando que está difícil para os sindicalistas dialogarem com a base por causa dos rumos do governo federal.

O discurso foi feito na abertura do 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

— Ganhamos as eleições com um discurso e os nossos adversários perderam as eleições com um discurso. Mas a impressão que passamos para a sociedade é que adotamos o discurso de quem perdeu. É o que está na cabeça do povo — discursou Lula, sem citar neste momento o nome do candidato derrotado por Dilma no segundo turno da eleição do ano passado, o tucano Aécio Neves.

Para Lula, o governo precisa parar de falar em ajuste.

— O que a Dilma tem que saber é que este país não pode ficar falando em corte mais uma semana ou um mês. Neste país temos que falar em crescimento, com geração de emprego e distribuição.

O ex-presidente disse que está muito difícil para os sindicalistas defender o governo em suas bases.

— Esta gente, do chão de fábrica, está sofrendo, está angustiada — reconheceu Lula.

Segundo o ex-presidente, "não tem um país no mundo que tenha feito ajuste e tenha melhorado a economia ou não tenha elevado a dívida".

O ex-presidente defendeu a ampliação das políticas de crédito por meio de bancos públicos, defendida pouco antes pelo presidente da CUT, Vagner Freitas e incentivou o sindicalista a entregar a proposta ao ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência), que estava presente, levar para Dilma.

Durante o seu discurso, Lula chegou a ser interrompido pela plateia aos gritos de "fora Levy", em referência ao ministro da Fazenda, Joaquim Leyy,

— Nunca gostei de jogar a culpa em cima de uma pessoa. No futebol, 11 perdem e, às vezes, a gente culpa só quem perdeu o pênalti — alertou o ex-presidente.

Apesar das críticas, Lula elogiou o discurso feito por Dilma cerca de uma hora antes, classificado por ele como "histórico" e compatível com o adotado por ela na disputa eleitoral do ano passado.

— A Dilminha veio para cá outra Dilma. Essa é a Dilminha que elegemos. Não é aquele discurso que dá a impressão que é o Aécio que está falando, que dá impressão que é (senador José) Serra.

O ex-presidente acusou a oposição de "adotar como política não deixar a Dilma governar" e ainda foi irônico com os adversários.

— A Dilma não ganhou eleição para ficar batendo boca com perdedores. Se eles quiserem chorar, que comprem cebola para descascar.

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da Redação Ler comentários e comentar