desktop_cabecalho

Época de intolerância

Ler na área do assinante

Hoje conversando com uma parente, que casou sua filha meses atrás, fiquei sabendo que o casal já havia se separado. Na realidade não sou de ficar conversando muito sobre a vida de ninguém, e se perguntei foi por curiosidade. Aí questionamos como as pessoas estão intolerantes e a “convivência a dois” está se tornando uma lenda no mundo "pós-facebookiano".

Um dia me aparece uma conhecida e pede para realizar a separação do marido, e diz que cansou do seu jeito “pacato e bonachão”...anos antes, me lembro, que se encantava com aquele jeito simples e quieto do vivente ser, agora, não! Ela mudou e não admite que ele não mude, então quer se separar...

O mundo está em ebulição e vejo as pessoas intolerantes em excesso...mulher reclama que o marido não ganha dinheiro, como se ele tivesse a obrigação de ser um “Bill Gates” e o homem reclama da mulher por não estar em forma como uma “Angelina Jolie”...nos perdemos nas futilidades cotidianas que não levam a nada, em ciúmes doentios e fabricado pelos meios de comunicação...

Se observamos, vamos ver que o “ciúmes sem nexo” – se é que o ciúmes tem nexo – virou uma constante nas novelas, e pior, ele é vingativo, procura atrapalhar e prejudicar a vida do ex-companheiro(a), e depois a mídia vem falar horrorizada de uma mulher que mata e esquarteja o marido e o carrega numa mala...ah! era uma prostituta, então tá explicado!

De outro lado, a violência machista e deliberada que estampam as manchetes diárias, não foge da violência feminista que não é vista nas manchetes...mulheres brigando com outras, em milhares de vídeos no Youtube, e sempre o motivo é declarado: “você vai aprender a não roubar meu macho”...e aí ninguém fala da Lei Maria da Penha...mundo de intolerantes...

Então a parceria, o casamento, o companherismo, ou seja lá o nome que quiser dar, torna-se uma simples apresentação exterior de faces e estereótipos que satisfaz mais ao ego dos dominadores e autoritários, onde o relacionamento está vinculado ao sofrimento de submissão de um ao outro...mas, isto ninguém quer debater...melhor debater bestialidades e bobagens que não levam a concretude de uma família e sim a um ajuntamento de pessoas...tipo aqueles debates na televisão que vai fazer o DNA do filho, expondo as pessoas a mero deboche, e não a seriedade da concepção.

Mas vem aquela velha máxima da “culpa” de que na separação um ou outro é o culpado...mulheres adoram isto, querem sempre jogar a culpa no parceiro para posar a família como ‘santas’ imaculadas, e ficar com a “consciência tranquila” de que “o destruidor da família” não é ela, e sim o “mala, crápula, canalha” e outros nomes, quando em minha opinião não existem culpados quando um relacionamento faliu, e simples é chegarmos a uma tolerância ... é só cada um pegar “suas trouxas” e “apartarem” como diziam antigamente...mas a guerra boçal da culpa, acaba sempre levando a violência e a intolerância, que resulta em sérios problemas para a vida inteira, como a intolerância dos filhos com um dos pais...belo papel de mãe, heinnn!!?..belo papel de pai, heinnn!!!?...mas as pessoas não aceitam admitir a sua ignorância...

Assim vamos criando leis, delegacias, estruturas e tudo o mais para agasalhar a intolerância que advém de relacionamentos falidos ou mal resolvidos, quando a situação poderia ser simples e tratada como pessoas maduras e capazes de admitir os erros, e admitir que ninguém é de ninguém, nem obrigado a viver com alguém querendo que o companheiro(a) seja a sua imagem ou seu querer...quem tem este poder é Deus, pena que o ser humano é muito soberbo e acredita que possa ser Deus...

Sergio Maidana

Advogado em Campo Grande-MS

                         https://www.facebook.com/jornaldacidadeonline

Se você é a favor de uma imprensa totalmente livre e imparcial, colabore curtindo a nossa página no Facebook e visitando com frequência o site do Jornal da Cidade Online. 

da Redação Ler comentários e comentar