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Sem a “cultura do ódio” o vídeo game será só um jogo e a arma será só um instrumento de defesa

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O massacre acontecido na Nova Zelândia aconteceu no dia seguinte ao atentado ocorrido em Susano (SP). Dois casos bárbaros...

Nas redes sociais, um texto excepcional revela que casos como esses não tem qualquer ligação com jogos de vídeo game ou com a liberação do porte de arma.

O cerne da questão está na “cultura do ódio” que invadiu o mundo de forma avassaladora.

Leia abaixo:

“Na Nova Zelândia, a venda de armas é liberada.
O país, com 4,8 milhões de habitantes, registrou 35 homicídios em 2017.
O Brasil, com restrições ao comércio, porte e posse, teve quase 64.000.
Temos uma população 45 vezes maior.
Matamos 1800 vezes mais.

No tenebroso atentado desta sexta, matou-se mais na Nova Zelândia que num ano inteiro. E não foi porque as armas estejam liberadas naquele país. Foi porque há ódio.

O assassino se comportou como num “videogueime”. Identificava os alvos inimigos e os abatia. Mas não matou por causa dos “videogueimes” violentos. Matou porque há ódio.

O que Christchurch, Suzano, Columbine, ilha de Utoya, Boate Pulse, Charlie Hebdo têm em comum é isso, o ódio.

Ele se manifesta através da xenofobia, da misoginia, do racismo, da intolerância religiosa ou política, que são só diferentes máscaras da mesma criatura.

O problema não são os imigrantes (massacram-se também compatriotas). Não são os fiéis ou infiéis (houve massacres em mesquitas, sinagogas, igrejas cristãs). Não são os que fazem bullying (nem sempre são eles que estão no caminho).

O problema é a crença de que o mundo esteja dividido entre nós e eles. E só haja lugar para um dos lados.

Quem lamenta um massacre condenando o porte de armas ou os “videogueimes” está, deliberadamente, relevando o ódio, que é o motor de tudo.

Sem essa "cultura do ódio" - fomentada explicitamente por uns, veladamente por outros - um “videogueime” será só um jogo, uma arma será só um instrumento de defesa.

(Texto de Eduardo Affonso)”

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