É hora de interpretar o que representa a prisão de Michel Temer

21/03/2019 às 19:48 Ler na área do assinante

Passada a euforia da prisão do ex-presidente Michel Temer, vamos interpretar esse acontecimento na "linha do tempo" do país.

O fato de que haverá manobras, principalmente por parte de Alexandre de Moraes no STF, que foi ministro e indicado de Temer; e de haver muitos outros a serem presos, não podem diminuir a importância dessa prisão e eu explico o motivo.

Não é só pelo caráter pedagógico da relação "castigo x recompensa" quando um homem tão rico e poderoso vai preso por ter lesado a pátria, tem outra questão que está no pano de fundo dessa prisão:

Se Temer foi preso, quer dizer que aquele "Grande Acordo Nacional com o Supremo e com tudo" que o Jucá falou na escuta telefônica, não tem mais força! Ele ruiu!

Se tivesse ainda a mesma força que derrubou Dilma, não conseguiriam prender Temer.

É uma questão óbvia!

E sabem quem interferiu drasticamente nesse plano dos políticos?

Você, os tios e tias do Whatsapp, a galera do "caixa 2 do Bolsonaro", todos que foram considerados robôs e hoje compõem a perigosa "milícia digital".

Quem votou 12, 13, 15, 18 ou 45 nas últimas eleições, votou a favor do "Grande Acordo Nacional"!

Só agora é que eles começam a entender que foram usados para defender bandeiras que eles não carregam. No mínimo, ingênuos.

Se não fosse a direita brasileira se organizar e eleger um certo capitão, que trouxe consigo vários militares e fortaleceu a Lava Jato, estaríamos assistindo a conclusão do acordo, que era: retiravam Dilma, colocavam Temer, terminavam com a Lava Jato, liberavam Lula dos inquéritos e "delimitavam onde está", dizia Jucá, se referindo a não terem mais denúncias contra político algum.

Entenderam agora?

Até quem é de esquerda deveria agradecer a direita que se organizou e interferiu na história do país. Quando o acordo foi pensado, eles não imaginavam que o povo iria fazer o que fez nas últimas eleições, eles esperavam a boa e velha disputa de PT x PSDB e ficaria tudo em casa.

Quem é contra tudo aquilo que está sendo expurgado de Brasília, são aqueles que arriscaram mudar radicalmente a direção do país e votaram 17 (mesmo desconfiados).

Quem votou em outra coligação votou pelo continuísmo.

Todos os outros faziam parte do "acordo", por isso queriam Lula livre e Bolsonaro morto.

Raquel Brugnera

Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.

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