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As multas de trânsito da família Bolsonaro e o cinismo da mídia tradicional

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No início desse mês de abril, o Presidente da República determinou a suspensão da instalação de mais 8.000 radares eletrônicos nas estradas, dizendo que a única finalidade é arrecadação de valores provenientes das multagens (1).

Imediatamente, a mídia tradicional publicou matérias dizendo que a medida era um retrocesso, e que iria provocar o aumento do número de acidentes (2).

Uma juíza federal do Distrito Federal chegou até mesmo a intervir na política pública do Executivo, “proibindo” a medida do Presidente, em uma liminar concedida no dia 10 de abril (3).

Obviamente, como ainda estamos em um Estado de Direito, com três poderes harmônicos e independentes, essa decisão judicial certamente será reformada pela Instância Recursal.

Mas independente disso, o fato é que, no final, depois dos feriados desse mês de abril, o país deparou-se com a estatística de diminuição do número de acidentes, concluindo-se que não há, mesmo, relação entre os radares e o número de acidentes nas estradas (4).

Jair Bolsonaro estava certo.

Que os radares servem apenas para multar, não há a menor dúvida: na grande maioria das vezes, eles estão em locais com limite de velocidade de 40km/h, ou 50km/h, e o motorista que passe com 20% acima desse limite já é multado.

Não precisa ser nenhum especialista para saber que o excesso de velocidade nem sempre é a causa determinante dos acidentes de trânsito. Na verdade, dizem que ela é causa de 10% dos acidentes (5).

E aí, desmoralizada mais uma vez pelos próprios fatos, pela verdade nua e crua, o que faz a mídia? Cria uma reportagem jornalística sobre o número de multas de trânsito que a família Bolsonaro possui, para insinuar que eles (os Bolsonaro) estão em uma cruzada contra os radares eletrônicos, meio que “se vingando do aparelho”, pois querem dirigir livremente sem serem multados (6).

Cria-se a notícia desse factoide, que imediatamente é replicado por todos os veículos de comunicação, e o argumento passa a ser repetido ‘ad nauseam’ pela lacrosefera e pelos “haters” de Jair Bolsonaro.

Anotem aí: daqui a pouco alguém vai divulgar um estudo, ou algo parecido, com a correlação entre o número de multas de trânsito e a qualificação técnica para se “dirigir” um país, em um típico argumento falacioso, próprio de enganadores e embusteiros.

Quando estava acontecendo o “caso Bebianno”, eu citei Joseph Pulitzer, o maior jornalista do mundo, em um post (7). Pois torno a citá-lo aqui. Lembremo-nos da sua magistral e profética frase, dita lá no início do século XX:

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”

NOTAS:

(1) https://glo.bo/2V3n9a2

(1) https://bit.ly/2PI8JGN

(2) https://glo.bo/2V3UPV6

(2) https://bit.ly/2V1Wr1G

(3) https://bit.ly/2GIYOMG

(3) https://bit.ly/2DCvrLw

(3) https://glo.bo/2L9rjJ6

(4) https://bit.ly/2Wdt0pQ

(4) https://bit.ly/2WcuoJi

(4) https://bit.ly/2XUBO4j

(5) https://glo.bo/2WbvzJd

(6) https://bit.ly/2UHwU92

(6) https://bit.ly/2VxQN6X

(6) https://bit.ly/2J1yjVS

(7) https://bit.ly/2PBssrg

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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