Os dois objetivos centrais das entrevistas de Lula à imprensa vermelha

30/04/2019 às 15:36 Ler na área do assinante

Lewandowski liberou mais canais para entrevistar Lula. Sabe por quê a entrevista de Lula irrita tanto? Porque não é feita para nós.

Ela tem outros alvos.

Ignorando ou não, a entrevista cumpre seu propósito. Ele fala com 2 objetivos:

1° - Não ser esquecido pelos seus adoradores, porque (na lógica dele), ele não é mais uma PESSOA, mas sim uma IDEIA, então convém que seja lembrado sempre que possível para que sua tropa não desista e encontre um novo líder. Hora ou outra ele vai surgir e tocar a flauta encantada para reorganizar os seus.

2° - Para provocar comoção internacional.

Só quem conhece o Lula vaidoso e aprendiz de ditador somos nós, os brasileiros. No exterior, muitos ainda têm a mesma visão que os petistas têm de Lula, um paizão amoroso, boa gente, um operário que conquistou o poder e, por tentar ajudar os pobres, foi preso para que não se elegesse de novo. Lula vendeu para o mundo uma história fantasiosa, que foi o Robin Hood brasileiro, tirou dos ricos e deu para os pobres e por isso "a elite" o prendeu.

Para você, pode causar irritação ler essas frases, mas para uma imensidão de gente, é a "verdade dos fatos". Eles ignoram o fato de Lula também ter enriquecido a si, aos seus e aos amigos; e o custo disso foi deixar o pobre ainda mais pobre.

Ignorar a entrevista de Lula é uma atitude sensata para quem não quer se estressar, mas o que não podemos ignorar é que essas entrevistas são a consequência de algo bem pior do que um ex-presidente preso e, sim, de um ministro do STF na ativa. Veja bem:

- Marcelo Odebrecht entrega Dias Toffoli.

- A revista Crusoé faz uma matéria sobre.

- Chove críticas ao STF.

- Os ministros censuram a revista e os críticos.

- A internet se coloca contra a censura.

- Então o STF retira a censura contra Lula.

Foi uma retaliação, entendem? Como:

"Ahh é? Vocês não gostam de censura? Então vamos deixar o Lula falar".

Lula e o STF são a serpente no canto da sala, não adianta ignorar, ela continua lá, "enrolada", mas perigosa.

Raquel Brugnera

Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.

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