Filho de Lula depõe na PF em Brasília. Juíza que autorizou a 'busca e apreensão' é afastada

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Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, prestou depoimento nesta quarta-feira (4) à Polícia Federal em Brasília. Ele chegou à sede da PF acompanhado do advogado Cristiano Zanin Martins. O depoimento ocorreria em São Paulo, mas, provavelmente para fugir dos holofotes da imprensa, Luís Cláudio foi a Brasília e prestou esclarecimentos diretamente ao delegado de Polícia Federal Marlon Cajado, que preside o Inquérito Policial nº 1424/15-4/DPF/DF.

As declarações prestadas por Luis Cláudio são mantidas sob sigilo, mas sabe-se que ele confirmou o recebimento de 2,4 milhões de reais da empresa 'Marcondes e Mautoni', cujo os donos foram presos na última fase realizada pela Operação Zelotes. A Marcondes e Mautoni está sob suspeita de compra de Medida Provisória para favorecer o setor automotivo.

A LFT foi aberta por Luís Claudio em 2011, ano em que a Medida Provisória começou a vigorar. Esses foram os únicos pagamentos realizados pela Marcondes & Mautoni, conforme consta na sua contabilidade, dai a crença de que trata-se de uma empresa meramente de fachada, especializada em repasse de 'propinas'. Por outro lado, uma empresa recém criada - no caso, a LFT -, que recebe 2,4 milhões em seu primeiro trabalho e não consegue demonstrar quais os serviços efetivamente realizados, é extremamente suspeita.

Luis Cláudio teria reafirmado ao delegado da PF "seu know how na área esportiva, fruto da passagem por 4 clubes de futebol do Estado de São Paulo (São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians)". Ele esclareceu à PF detalhes da "prestação de serviços de marketing esportivo ao Corinthians e, ainda, por ser há 4 anos o organizador de um campeonato nacional de futebol americano". Tais fatos, porém, não justificam o recebimento da milionária quantia.

Três empresas de Luís Cláudio foram alvo de ações de busca e apreensão no final de outubro na Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

Para o Ministério Público Federal, as três empresas de Luís Cláudio "representam uma única entidade". "Trata-se de uma unidade empresarial tanto física quanto societária nucleada em Luís Cláudio Lula da Silva", diz o texto da decisão da juíza federal Célia Regina Orly Bernardes, que aceitou os argumentos do MP e permitiu as buscas.

Após o depoimento de Luis Claudio, acreditava-se até mesmo no requerimento de sua prisão, entretanto, caso isto aconteça, a decisão não caberá mais à juíza Célia Regina Orly Bernardes. 

Depois de passar um ano no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o juiz Vallisney de Souza Oliveira, que é o titular da 10ª Vara Federal, voltou ao cargo nesta quarta-feira e reassumiu todos os processos que estão no setor, inclusive os inquéritos da Operação Zelotes, provocando o consequente afastamento da juíza.

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da Redação Ler comentários e comentar