As estatais da corrupção

21/05/2019 às 05:17 Ler na área do assinante

De um modo geral, a esquerda na América Latina vem perdendo prestígio desde quando vieram a público as denúncias de corrupção generalizada e institucionalizada como um dos princípios fundamentais da administração pública dos chamados governos populistas.

Entre nós, o partido mais denunciado foi o do PT, desde quando um juiz de Brasília aceitou denúncias contra seus líderes, incluindo os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, acusados de serem o pivô de toda a corrupção existente nas estatais. Com destaque para a Petrobrás.

O PT aparece nas denúncias como o autor do maior esquema de desvio e lavagem de dinheiro público já visto no país, desvendado pela Operação Lava Jato. E, com uma acusação tão ampla como essa, estimava-se que os acusados recebessem uma punição maior, pois teriam roubado um total de 1,5 bilhão de reais dos cofres públicos. Hoje se sabe que foram mais de 6 bilhões, dos quais somente R$ 2 bilhões poderão ser devolvidos.

Todo o mundo sabe que a esquerda sempre precisou de dinheiro para se sustentar. Esquerdista bom é aquele que sabe ganhar dinheiro enganando o povo. A direita, por sua vez, não fica atrás. Ambas precisaram montar um esquema de propina com as estatais para assaltar os cofres da nação. A descoberta do esquema de corrupção na Petrobrás só aconteceu depois de anos de assalto.

Alguns esquerdistas seguem o exemplo de Karl Marx, que passou a vida vivendo às custas dos amigos, de uma herança recebida e do dinheiro do seu amigo Friedrich Engels. Daí não ser nenhuma novidade os esquerdistas (não todos, é claro), assaltarem a Petrobrás, o BNDES, a Caixa Econômica Federal, o Correio e outras. Segundo a imprensa, quem não roubou no governo petista ou foi (ou é) honesto, ou burro, pois o esquema descoberto atingiu bilhões, fora o que não se conseguiu descobrir.

Mesmo com as denúncias e as comprovações, a Lava Jato só conseguiu tirar a esquerda do comando da Petrobrás, do BNDES, da Previdência e da Educação por causa da Justiça (leia-se Sérgio Moro). Nossas estatais levaram anos sendo investigadas. Terminou colocando muita gente na cadeia, a começar pelo ex-presidente Lula. Aliás, sobre o ex-sindicalista e ex-presidente da República também pesam cinco outros processos que ainda não terminaram, alguns sobre o mesmo fato.

A denúncia recebida pelo juiz de Brasília incluiu, também, a ex-presidente Dilma Rousseff e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, bem como dois grandes barões do partido: Antonio Palocci, que era ministro da Fazenda no Governo Lula e que está preso até hoje (prisão domiciliar), apesar da delação premiada que fez.

O ex-ministro da Fazenda petista, Guido Mantega, também foi denunciado na roubalheira, assim como Paulo Bernardes e Edinho Silva, sendo que o primeiro foi ex-ministro da Comunicação de Governos do PT e o segundo ex-secretário da Comunicação Social de Dilma, além de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido.

A denúncia foi apresentada em setembro de 2017 pela Procuradoria Geral e permaneceu parada até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidisse que deveria ficar com o juiz Vallisney de Souza, da primeira instância, e não no STF.

Não há muita clareza quanto ao desfecho, apesar da mudança de governo e da ida de Sérgio Moro para a Justiça.

A derrota do PT e de seus aliados nas últimas eleições foi o pior resultado em mais de 15 anos, levando à perda de grande parte dos feudos que tornaram o partido um dos mais influentes em toda a América Latina. Apesar disso, ainda está para ser visto o verdadeiro alcance destes tempos ruins.

Luiz Holanda

Advogado e professor universitário

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