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A corrupção endógena: o primeiro passo para acabar com a corrupção, é a Justiça deixar de ser corrupta

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De forma não eufemista, endogamia significa corrupção. A palavra é dura, mas deve ser uma das mais apropriadas para a realidade onde as lógicas de poder, a indiferença e a reverência de algumas pessoas relativamente aos corpos diretivos dessas instituições permitem que tais práticas corruptivas se perpetuem e multipliquem, com manifesto prejuízo para a coesão interna das sociedades e, para o país no seu conjunto. 

Ela comporta aspectos nocivos para a sociedade, já que algumas das suas práticas, especialmente ao nível do recrutamento de docentes, se tem desenvolvido com violação grave das mais elementares regras de transparência.

A crise pela qual vivemos, colocou em profunda evidência a fragilidade, a inação e uma incômoda vulnerabilidade à chantagem que o jeito petista de governar trouxe para o país. 

Em nenhum outro momento de nossa história – talvez somente no período que antecedeu ao Golpe de 1964 – as instituições brasileiras estiveram tão frágeis e tão expostas como agora.

Em nota, o texto formulado pelo Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, afirma que “os princípios éticos da verdade e da justiça exigem exemplar apuração dos fatos com a conseqüente punição dos culpados, porque não se pode transigir diante da malversação do emprego do dinheiro público. Sacrificar os bens devidos a todos é um crime que clama aos céus por lesar, sobretudo, os pobres”.

Chegamos ao fundo do poço ético e vemos a cristalina decomposição das instituições; tomadas pela corrupção, pelo clientelismo e pela incompetência. O próprio Ministério Público se rendeu a essa verdadeira máfia que tomou de assalto nosso país e passou a produzir verdadeiras peças de ficção ao invés de apurar fatos evidentes e fazer valer a vontade e os interesses do povo; sua função primordial.

O imobilismo, a ineficiência, a falta de pulso e o incômodo domínio de Lula sobre questões-chave do governo atual fazem de Dilma uma passageira sem qualquer possibilidade de assumir a direção de seu próprio governo, que vaga sem direção, e deixa a nação sem qualquer produção legislativa de importância.

A presidente em discurso afirmou: "O governo não irá abraçar nenhum caso de corrupção, mas o governo também não irá se pautar por medidas midiáticas no combate à corrupção”

Fica no ar a dúvida se Dilma é menos tolerante com a corrupção do que seu antecessor (e padrinho), o ex-presidente Lula e se esta comparação com o ex-presidente não lhe trará problemas dentro do PT, que tem a clara intenção de colocar Lula novamente no poder. 

Dilma aparentemente tem disposição para combater a corrupção, o que ela não tem é força, já que foi eleita por uma coligação – o maior número de partidos políticos já reunidos desde a redemocratização, e não pode andar fora da cartilha combinada com seus aliados.

Pio Barbosa

Professor de Filosofia e Sociologia, escritor, roteirista.

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Pio Barbosa Neto

Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará

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