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Chico Buarque e companhia e a pobreza intelectual do Brasil

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Famosos intelectuais e artistas brasileiros assinam um manifesto em 2014 em favor da reeleição de Dilma.

Ele é curto e a frase mais contundente é essa.

“Retomar agora fórmulas econômicas que protegem os privilegiados de sempre seria um enorme retrocesso, para novamente beneficiar os especuladores e os gananciosos.”

Notem a pobreza intelectual, e a hipocrisia.

Dividem o mundo em gananciosos e altruístas.

Ponto final.

E assinam embaixo.

O fato de Chico Buarque ganhar R$ 200.000,00 por um show de 2 horas não é ganância.

Mas um Empreendedor ganhar R$ 200.000,00 de lucro vendendo 2.000.000 de sorvetes, lucrando R$ 0,10 centavos em cada sorvete, é.

A economista Maria da Conceição Tavares receber 3 aposentadorias, da PUC, Unicamp e BNDES não é ganância.

A filósofa Marilena Chauí ganhar R$ 40.000,00 por mês de trabalho, para ensinar 20 alunos por ano, dos quais metade não completa o curso, não é ganância.

Um escritor como Luis Fernando Veríssimo ganhar direitos autorais de seu pai, Érico Veríssimo, por 60 anos depois da morte dele não é favorecimento ganancioso do trabalho intelectual, mas uma patente de remédio por 10 anos, é.

Aos filhos destes intelectuais, quero deixar bem claro.

Vocês têm uma dívida com este país, espero que vocês lutem para compensar o mal que seus pais fizeram.

“O texto é assinado, entre outros, por

Luis Fernando Veríssimo,

Fernando Morais e

Silvano Santiago, os atores

Osmar Prado,

Paulo Betti,

Matheus Nachtergale,

Chico Diaz,

Sergio Mamberti,

Silvia Buarque,

Tonico Pereira,

Ângela Vieira, os cantores

Chico Buarque,

Chico César,

Noca da Portela,

Alcione,

Leci Brandão,

além do teólogo Leonardo Boff,

da economista Maria da Conceição Tavares,

da filósofa Marilena Chauí e

de Vera Niemeyer, viúva do arquiteto Oscar Niemeyer.”

(Texto de Stephen Kanitz)

* Publicado originamente no Blog do Kanitz http://blog.kanitz.com.br/chico-buarque/.

Manifesto assinado em 2014.

Leia a íntegra do manifesto:

“A primavera dos direitos de todos: ganhar para avançar”

Os brasileiros decidem agora se o caminho em que o país está desde 2003 é positivo e deve ser mantido, melhorado e aprofundado, ou se devemos voltar ao Brasil de antes – o do desemprego, da entrega, da pobreza e da humilhação.

Nós consideramos que nunca o Brasil havia vivido um processo tão profundo e prolongado de mudança e de justiça social, reconhecendo e assegurando os direitos daqueles que sempre foram abandonados. Consideramos que é essencial assegurar as transformações que ocorreram e ocorrem no país, e que devem ser consolidadas e aprofundadas. Só assim o Brasil será de verdade um país internacionalmente soberano, menos injusto, menos desigual, mais solidário.

Abandonar esse caminho para retomar fórmulas econômicas que protegem os privilegiados de sempre seria um enorme retrocesso. O brasileiro já pagou um preço demasiado para beneficiar os especuladores e os gananciosos. Não se pode admitir voltar atrás e eliminar os programas sociais, tirar do Estado sua responsabilidade básica e fundamental.O Brasil precisa, sim, de mudanças, como as próprias manifestações de rua do ano passado revelaram. Precisa, sem dúvida, reformular as suas políticas de segurança pública e de mobilidade urbana. Precisa aprofundar as transformações na educação e na saúde públicas, na agricultura, consolidando com ousadia as políticas de cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, e combatendo, sem trégua, todas as discriminações.O Brasil precisa urgentemente de uma reforma política. Mas precisa mudar avançando e não recuando. Necessita fortalecer e não enfraquecer o combate às desigualdades. O caminho iniciado por Lula e continuado por Dilma é o da primavera de todos os brasileiros. Por isso apoiamos Dilma Rousseff.”

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