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A outrora gloriosa OAB transformada em um Sindicato petista de luxo

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É absurda a especulação do que quer que tenha ocorrido com o pai do Felipe Santa Cruz, o atual Presidente da OAB, lá no longínquo ano de 1974.

Contudo, mesmo assim, nesse fato eu estou com o Presidente da República. Todas as pessoas sensatas sabem que o método de ação dos terroristas era com justiçamento mesmo. Na ausência de dados oficiais sobre alguma ação do Exército no exato dia e local onde o pai de Santa Cruz desapareceu, fico mesmo com a dúvida (até mesmo como contraponto ao discurso hegemônico da Esquerda).

Dou-me sim o direito de duvidar de um relatório produzido pela Comissão da Verdade, criada pelo governo do PT para investigar o que aconteceu com os desaparecidos políticos, visando à concessão de indenizações às vítimas ou a seus parentes pela União, sem a necessidade de passar pelo Judiciário (aliás, se tem pessoas que duvidam do cabedal de provas que foram produzidas no processo criminal que condenou Lula à prisão, e não são criticadas, por que eu não posso duvidar de um relatório produzido por uma Comissão que não tem poder jurisdicional, sem o crivo do contraditório, com a versão de apenas um dos lados?)

E digo que a especulação é absurda porque é o tipo de assunto que não acrescenta nada de bom para o debate, além de ser extremamente arriscado para o Governo e o Presidente da República, pois é um prato cheio para a mídia canhota e a militância esquerdista o reverberarem e o distorcerem.

Mas, mais absurdo do que isso, ainda, é o Presidente da OAB utilizar a entidade de classe que preside, que possui a inscrição obrigatória de mais de 1.100.000 de profissionais, que pagam coativamente a anuidade de aproximados R$ 1.000,00 para poderem exercer a profissão, como palanque político para fazer oposição sistemática ao Governo, ofendendo criminosamente autoridades, quando chama o Presidente da República de fascista e o Ministro da Justiça de chefe de quadrilha.

E para dar aparente sustentação a suas posições, o Presidente da OAB diz que fala em nome dos advogados, e que os seus pronunciamentos são a posição oficial da advocacia brasileira, o que soa quase como uma falsidade ideológica, ou uma usurpação dos poderes que recebeu quando foi eleito para o cargo, já que, ideologicamente, ele representa apenas uma pequena minoria, que aparelhou a OAB e transformou-a em um “bunker” de resistência ao Governo e de ataques sistemáticos ao Presidente de República, indo Felipe Santa Cruz muito além das funções que possui (cometendo, o que se chama em Direito, de atos "ultra vires").

Então, deixemos o Santa Cruz morto em 1974 para trás e tratemos do Santa Cruz do presente, o amigo das eminências do PT, cujo escritório recebeu mais de R$ 1 milhão em contratos sem licitação com a Petrobras na época petista no Poder, contratos esses que atualmente estão sob suspeita.

Arrumemos, rápido, uma maneira de removê-lo do cargo e de devolver a nós, advogados, a dignidade na profissão e de não sentirmos, mais, vergonha de sermos obrigados a nos filiar a uma entidade que se transformou em um sindicato petista de luxo, no qual o discurso "Lula livre" e a mortadela da militância barata foram substituídos por "defesa intransigente da democracia contra o fascismo e o autoritarismo" e anuidades de R$ 1.000,00 de todos os filiados.

Esse sim, deve ser o nosso foco.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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