Conselheiro Tutelar denuncia uso “político” de Conferência sobre direitos da Criança e do Adolescente por membros da OAB e militantes petistas

05/08/2019 às 14:58 Ler na área do assinante

A denúncia é séria, gravíssima e é mais uma demonstração inequívoca do aparelhamento produzido pela esquerda ao longo do período em que permaneceu no poder no país.

Os fatos aconteceram durante a realização da XI Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente em Alagoas.

Postura político-partidária e ideológica sendo adotadas descaradamente em um evento proposto para discussão de problemas relacionados aos direitos de crianças e adolescentes.

A denúncia é de um conselheiro tutelar que estava participando do evento e abandonou inconformado com o encaminhamento dado por integrantes da OAB e militantes petistas.

Veja o relato de Thiago Ferreira, conselheiro tutelar em Jequiá da Praia (AL).

Gostaria de compartilhar com vocês dois fatos ocorridos na quarta-feira (31 de agosto), durante a XI Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizada no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió, que fizeram com que eu me sentisse pessoalmente ofendido.
O primeiro deles aconteceu logo após a formação da mesa, quando todos os presentes ficaram de pé para a execução do Hino Nacional Brasileiro.
Ao final da gravação, a maioria dos presentes aplaudiu calorosamente um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, mas a reação de um indivíduo em particular me chamou a atenção e me causou grande revolta. E o mais curioso é que o indivíduo em questão é um servidor público que atua como “guardião”, por assim dizer, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ele se recusou a aplaudir um dos maiores símbolos de nosso país, o que pode até ser considerado normal, já que aplaudir ou não o Hino Nacional é um gesto absolutamente subjetivo e não deve ser tratado como falta de educação. Mas, além disso, ele proferiu as seguintes palavras: “Não vou aplaudir p### de hino do Brasil! De jeito nenhum!”.
Quem quiser me chamar de ufanista que o faça, mas tenho muito orgulho de ser brasileiro, filho de uma pernambucana e de um amazonense, nascido no dia 07 de fevereiro de 1987 na cidade de Palmares, no meu Pernambuco. Quando eu ainda era criança, minha mãe veio morar em Alagoas e eu tive o privilégio de crescer na cidade de Jequiá da Praia, litoral sul do estado. Sou pernambucano de nascimento, alagoano de coração e BRASILEIRO no sentido pleno da palavra.
Me senti muito desconfortável após esse episódio lamentável, mas o pior ainda estava por vir.
Algumas autoridades presentes, ligadas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), decidiram adotar uma postura político-partidária, levando para o evento questões ideológicas que nada têm a ver com a criação de políticas públicas voltadas ao atendimento de crianças e adolescentes, o que deveria ser o foco principal da conferência.
Quando diversas autoridades da área da infância e juventude se reúnem no mesmo espaço, as paixões políticas devem ser colocadas de lado para que o esforço coletivo contribua com o bem comum. Era uma excelente oportunidade para que, juntos, pudessemos coadunar as diferentes perspectivas, trazendo para o centro do debate as experiências de cada município, realizando diagnósticos e discutindo soluções.
Infelizmente, essa militância política de parcela majoritária dos integrantes dos Direitos Humanos apenas enfraquece o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente.
O cúmulo da falta de noção ocorreu quando diversos participantes da conferência passaram a gritar “Lula livre”, demonstrando o quanto o evento estava contaminado pela militância política irracional.
Não compactuo com esse tipo de manifestação. O artigo 287 do Código Penal não dá margem a diferentes interpretações. Ele é claro: “Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa”.
É, no mínimo, incoerente que diversas autoridades se reúnam para transgredir as leis brasileiras.
Exercendo meu direito constitucional à liberdade, peguei minha mochila e me retirei do recinto. Nunca me senti tão aliviado e em paz quanto no momento em que deixei o auditório.
É triste.
da Redação
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