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A Justiça brasileira e a piada macabra da interpretação da lei ao pé da letra

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Não existe crime que seja hediondo o suficiente para impedir a lógica invertida e absurda da justiça e dos juízes brasileiros no intuito de favorecer criminosos, e desconsiderar absolutamente suas vítimas.

Herança nefasta de uma política escrota de ‘direitos dos manos’ que empesteia o país -e só favorece a criminalidade- contraria a lógica mais elementar.

Alguns ‘juristas’ tentam justificar medidas como a saidinha do assassino da própria filha, Nardoni, no próprio dia dos Pais, como sendo uma leitura rígida da lei.

Fosse para interpretar a lei do papel ao pé da letra, desnecessários seriam os juízes.

Bastaria um escrivão e pronto, a barbaridade estaria consumada.

O juiz, em qualquer sociedade civilizada, serve justamente para interpretar a lei do papel a aplicá-la com discernimento.

Não é, evidentemente, o caso desses juízes brasileiros.

O caso de Nardoni, Richtoffen e outros é tão óbvio que não existe como comentar essa ação estapafúrdia sem cair numa vala comum cansativa e repetitiva.

Nestes dias em que áudios gravados pela PF escancaram a relação íntima de governos anteriores com o crime organizado, vale refletir.

A quem interessa realmente passar a mão na cabeça de criminosos?

Para os cidadãos que cumprem a lei, a resposta é triste.

Ou uma piada macabra, como preferirem.

Em tempo: a saidinha de Nardoni foi concedida pela juíza Sueli Zeraik, da1ª Vara de Execuções Criminais, de Taubaté. A mesma juíza concedeu, em 2017, o benefício à Ana Carolina Jatobá, também condenada pelo assassinato cruel da menina Isabella.

Foto de Marco Angeli Full

Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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